quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Duas Faces, um coração - Por Adriano Siqueira


Faziam mais de dois meses que eles se encontravam.

Escondidos dos demais amigos e conhecidos. Marcavam seus encontros em lugares distantes dos seus lares.

Eram amantes! Um relacionamento proibido e jamais concebido pela sociedade.

Mas eles se amavam e cada vez mais este relacionamento crescia, se fortificava, tornava-se mais sólido.

Ele se chamava Christopher e ela, Perséphone.

Chris achava estranho que, a cada encontro, ela nunca chegava no horário. Por vezes se preocupava com isso. Achava que ela queria ficar apenas um pequeno tempo com ele. E isso o incomodava. Mesmo assim eles tinham um bom relacionamento. Os dois se sentiam muito bem juntos.

Eles se falavam muito por e-mail e por telefone... Porém, as vezes, ela tinha alguns acessos de uma raiva repentina, e sumia estranhamente. Crhis nunca entendeu estas repentinas mudanças em seus sentimentos. Por vezes ele se achava culpado, e as vezes ele pensava que tinha dito algo errado, mas isso nunca se comprovou realmente, pois ela voltava a falar com ele no dia seguinte com absoluta normalidade.

Persephone tinha uma amiga, Helen. Ela a defendia com todo o seu carinho e amor. Helem sabia quem realmente Persephone era e tentava esconder ao máximo a sua condição. Elas moravam juntas em um apartamento na Paulista. As duas moravam por lá há muitos anos.

Helem cuidava muito bem de Persephone. Sempre limpava as pistas de seus crimes. Escondia todas as provas e defendia Persephone com a própria vida, se fosse necessário. Deixava a geladeira com os alimentos necessários para manter a força de Persephone e a acompanhava como podia em suas conquistas. Se relacionava amigavelmente para que ninguem suspeitasse da atual condição de Persephone.
Várias vezes Helem conversava com Chris para acalmá-lo por causa das reações inesperadas de Persephone. Ela cuidava de tudo. pois sabia que a fome de Persephone aumentava diariamente e o alimento líquido e vermelho que tomára, durava pouco tempo. As vezes a fome era incontrolável fazendo com que alguns encontros fossem cancelados e algumas vezes os encontros duravam pouco tempo.

Helem sabia que era impossível explicar isso para qualquer pessoa. Mas o relacionamento entre Crhis e Persephone estava se tornando tão sólido que era inevitável um encontro em seu próprio apartamento.

Helem via a face de Perséphone quando voltava dos encontros... Ela estava geralmente com muita raiva e fraca. Tinha que se alimentar imeditamente. Logo que chegava corria para a geladeira e tomava o sangue que era colocado em sacos. Tomava tudo, até que finalmente se acalmava e abraçava a Helem e agradecia por ajudá-la sempre.

Uma noite Finalmente eles marcaram um encontro em seu apartamento. Helem sabia que era arriscado. Pois qualquer falha a vida de Chris estaria em perigo. Então, recolheu alguns poucos saquinhos de sangue e fez uma reserva com muitos saquinhos de sangue deixando em uma bandeja em cima do fogão para perséphone tomar quando começasse a ficar com raiva.

Faltava apenas meia hora para Crhis chegar. Perséphone e Helem faziam os preparativos para a chegada de Chris, quando a campainha tocou.

Helem diz para Perséphone ficar tranquila e que tudo sairia muito bem.

Chris estava na porta e segurava algumas flores. Perséphone o convidou a entrar.

Depois de quinze minutos de conversa e beijos apaixonantes ela começa a se sentir estranha novamente dá algumas respostas agressivas para Chris. Era hora de se alimentar. Ele tentou segura-la por brincadeira mas ela se livra violentamente deixando-o surpreso... Ela respira fundo e pede desculpas, depois anda em direção a cozinha dizendo que voltaria logo.

Quando ela chega na cozinha vê a Helem chorando... Os saquinhos de sangue derretidos por causa do fogão que ainda estava quente. Todo o sangue se coagulou. Perséphone enlouquecida joga a bandeja no chão e começa a xingar.

Chris escuta o barulho, mas antes que ele pense em entrar Helem grita para ele nao se preocupar que foi só um acidente.

Helem olha para Perséphone, ela estava sentada, no chão, gemendo e com as mãos na cabeça. Logo ela atacaria Chris e todo o seu sonho de ficar com alguém seria destruido por causa da sua fome.

Helem a segura e olhando para seus olhos, aproxima-se e beija a sua boca. Elas se abraçam. Antes que Perséphone percebesse Helem se afasta, pega uma faca e corta seu próprio pescoço.

Persephone grita, mas já era tarde. O corte era profundo e o sangue se espalha rapidamente.

Vendo todo aquele sangue, ela se alimenta e quando a sua sede é saciada, abraça o corpo de Helem e fica ali um bom tempo chorando.

Chris abre a porta da cozinha e, vendo toda aquela cena, tenta socorrer Helem, mas já era tarde demais.

Perséphone e Chris se olham mas nada é falado.

Dois meses depois.

- Oi kate! que prazer em vê-la.

- Pois é Perséphone... Eu disse que viria!

- Entra moça! você é mais linda pessoalmente.

Perséphone abraça kate e lhe dá um beijo apaixonado, logo depois, pede para ela ficar a vontade enquanto ia até a cozinha para ver Chris preparando os saquinhos de sangue... Eles se beijam e ele diz.

Já sabe... quando se sentir enfurecida venha pra cá que lhe dou um saquinho pra você tomar está bem?

Um comentário:

Lady Mila disse...

Uma mulher em fúria pode realmente se tornar um perigo real...gostei