terça-feira, 30 de dezembro de 2008

KIARA PARTE 19



Thorn antes de partir por alguns dias chamou Jasmine de canto entregando a ela os anéis que surgiram ao despertarem o poder de tankanoreque. Não sabia ainda para que serviria o anel, mas estava com medo que eles caíssem em mãos erradas ou que o desejo de algum deles do grupo fossem tão fortes a ponto de fazer alguma loucura para obtê-los. Ela mesma toda vez que olhava para eles, sentia uma forte atração e um desejo inimaginável de possuí-los para seu uso próprio. Confidencio também a ela o motivo de sua viagem e pediu que todos os outros por enquanto não soubessem. Jasmine a compreendeu e prometeu cuidar de tudo enquanto fosse necessário que Thorn estivesse fora.
Thorn não pretendia ficar muito tempo longe. Ela queria mesmo um tempo livre, pois sabia que algo de estranho vinha acontecendo na personalidade dela. Era certo que as fadas mudavam de humor com freqüência, mas o dela parecia uma dinamite pronta a explodir. Tinha que se controlar ao máximo para não machucar ninguém com palavras que vinham o tempo todo a tona em seus pensamentos. Sentia-se confusa com Simona e triste por ele ter escondido a sua doença dela. Se ele não houvesse mentindo dizendo que estava tudo bem, muita confusão teria sido evitada. E ela não precisaria revelar segredos de Kiara na frente de todos para tentar salvá-lo. Não contou a ele que se ficou furiosa por isso. Na verdade não contou para ninguém que sua mente estava confusa. Ficou com medo dos outros guardiões acharem que ela estava perdendo a coragem e de que com isso eles ficassem com medo de nunca mais conseguir recuperarem o talismã. Pensava no que Jade estava tramando e qual era o verdadeiro intuito dela querer os poderes de uma Deusa. Sabia que o tempo podia se esgotar a qualquer momento e que logo talvez a busca deles fossem em vão, que seria tarde. Chorou, as lágrimas varreram um pouco da sua angústia, deixando à vazia. Nem percebeu que o sol havia se posto e que tinha voado durante horas. Não se sentia cansada, mas sabia que precisava dormir. Olhou para o chão, a imensidão da floresta Carpen, a assustou. Era ali o seu destino, pensou que levaria mais de um dia para chegar. Já estava ali e agora sentia medo do que encontraria pela frente. Silenciosamente pousou ao chão, com os olhos e ouvidos bem atentos, pronta para qualquer surpresa desagradável.
Carpen era uma das montanhas mais afastadas de Peruíbe, quase ninguém ia ali, pelo menos nenhuma das pessoas que conheciam suas lendas. Diziam que ali viviam muitos Godos, uma espécie de vampiros muito raros. Se a existência deles realmente fosse reais era a linhagem mais antiga de anciões vivendo na terra. Conta que eles conseguiam transformar qualquer outro ser em escravos apenas com o olhar. Assim tinham muitos humanos por perto para quando necessitassem se alimentarem. Alguns deles adquiririam o poder de qualquer outro ser místico quando provava do sangue. Sendo assim ninguém os desafiava e evitavam andar pelas redondezas dessa montanha. Thorn fora ali procurar algo além de vampiros, e sim uma caverna. Uma caverna na qual encontraria á resposta para os anéis. E só assim saberia decidir com certeza o que faria com eles. Dentro dessa caverna encontrava-se o livro das sombras escrito pelos ex guardiões de Kiara, que os esconderam para que ninguém mais pudesse ter o conhecimento de quão forte poderia ser os poderes e segredos da Deusa. Nem mesmo Kiara sabia com precisão tudo que estava escrito ali. Thorn só não sabia o que enfrentaria para poder pegar o livro em mãos. Imaginou que ele estaria muito bem protegido. Deslizou sua mão direita na bainha da espada que ganhara de Jasmine, a trouxe consigo para eventuais lutas.
A fada afastou os pensamentos e preocupações decidindo encontrar um lugar para descansar. Seria mais seguro se aventurar pela floresta a luz do dia. Não precisou caminhar muito para encontrar um lugar cheio de pedras, quase parecido com uma gruta. Decidiu deitar por ali mesmo e descansar.
Havia passado apenas duas horas desde que Thorn fechara os olhos para dormir, quando foi despertada por um intenso barulho que a assustou. Abriu os olhos atenta e levantou-se tão rápido que quase perdeu o equilíbrio. Viu um forte clarão em volta dela, e quando deu por si havia um homem na sua frente. Foi tão rápido o surgimento dele que a assustou. Ela o olhou, era alto, de uma pele tão branca que quase era transparente. Um vampiro. Era só isso que aquele estranho poderia ser. Thorn estremeceu. Não tinha medo de Simona por que o conhecia e de qualquer forma eram guardiões, podiam viver juntos. Mesmo que não tivessem se apaixonado essa era a sina, que caminhassem junto. Mas esse era diferente, cheio de histórias sombrias e de lendas que não tinha como ela saber se eram verdades ou não. Tentou não olhar diretamente aos olhos dele, afinal era sim que eles escravizavam, apenas com um olhar não era?
O vampiro riu. Certo estava de ler os pensamentos daquela fada. Achou-a muito corajosa de estar à noite, dormindo só naquela parte da floresta. Isso foi o que despertou mais a curiosidade dele. Sentia que a fada procurava algo de muito importante. Fora fácil encontrá-la ali, já que sentia o cheiro de outros da sua espécie. Enquanto caminhava com alguns de seu clã, sentiu o cheiro de outro vampiro e ficou curioso. Sem que os outros percebessem, saiu da trilha e foi em direção ao cheiro. Ficou surpreso ao ver que era uma fada. Uma fada-vampiro. Nunca ouvira falar nisso. Mas pelo que constava era isso mesmo. Só que ela ainda estava em fase de transformação. Enquanto observava o pequeno e diferente ser a sua frente, viu que uma árvore caía com um clarão de um raio. Mas um fato estranho, pois não chovia e não tinha sinal algum de tempestade. Olhou novamente para a fada e viu que ela acordava. Ficou com medo da reação dela, já que pessoas em transformação geralmente eram agressivas e atacavam tudo pela frente. Imagine uma fada então, que eram conhecidas pelo seu gênio indomável.
- Olá pequena. Qual seu nome?
- Thorn e o seu? – Ela responde rispidamente, ainda desconfiada da intenção do vampiro.
-Merlin. O que faz por aqui Thorn?
- Gosto de conhecer lugares novos.
- Está na cara que esta mentindo, mas por que confiaria em mim um vampiro? Ainda mais com todas as lendas que temos por aqui não é mesmo?
Merlin gargalhou muito, enquanto vasculhava os pensamentos dela. Já que a fada não fazia nada de importante. Não teria pressa de voltar para onde quer que tivesse que voltar. Seria bom tê-la no grupo e vê-la se transformar. Aproximou-se dela, pegando seu rosto entre as mãos. Os olhos dos dois se cruzaram por apenas segundos, tempo suficiente para que ela sentisse uma leve tontura e desmaiasse. O vampiro a pegou no colo e levou para que os outros pudessem vê-la.
Diego foi o primeiro a ver Merlin chegar com uma fada no colo. Ficou irado. Por que ele traria uma fada ali? E o que tinha feito com ela? Pelo visto queria que todos ali continuassem dando crédito aos boatos que corriam os quatro cantos do mundo.
- O que é isso Merlin?
- Oi! Bonita não é? È alguém diferente de mais para que eu não quisesse para mim.
- Só por ela ser uma fada não quer dizer que é tão diferente e por isso seja posse sua.
- Acho que esta errado.
- Então vai começar a colecionar seres místicos. Acho que Kiara não irá gostar.
- Ela é mais que uma fada.
- Ah sim, é! Estou vendo que ela tem presas e é uma sugadora de sangue.
- Ainda não. Mais vai ser.
- Você quer transformar uma fada em vampira?
- Eu não, alguém já fez isso.
- Como?
- Alguém andou tomando sangue da fadinha...
Diego ia fazer mais perguntas, quando notou que a fada estava de olhos abertos, e pela confusão em seus olhos notou que Merlin havia hipnotizado.
Thorn olhava para os dois confusa. Merlin a colocou no chão sem saber muito bem o que fazer. No fim já não sabia se tinha sido uma boa idéia trazê-la. A fada começou a estremecer.
- Esta com frio? – Diego perguntou.
- Um pouco.
Ele tiro seu enorme sobretudo preto e aveludado e deu para que ela vestisse. As mãos dos dois se tocaram e percebeu o quanto ela estava quente. Tinha febre. Ele ficou preocupado, embora nem a conhecesse, percebeu que era ao mesmo tempo uma pessoa frágil e forte. Era isso que transparecia em sua aura. Ficou chocado. Como alguém poderia transformá-la em vampira, mudando tanto assim sua natureza?
- Obrigada pelo casaco.
- Vi que os dois se deram bem. Vou terminar o que comecei na floresta. Já volto – Merlin falou um pouco irritado e já com ciúmes da sua descoberta estar dando mais atenção ao outro.
-Vai trazer o que agora? Um elfo? – Diego disse ironicamente.
Merlin não respondeu e com velocidade sai do campo de visão dos dois.
- Lembra seu nome?
- Não me lembro...e o seu?
- Diego. Não lembra nem o que veio fazer aqui?
- Não. Você sabe quem eu sou?
- Não, mas posso tentar ajudá-la a descobrir.
- Mas como?
- Por hipnose.
Thorn sorriu a ele. Sentiu confiança e ficou grata por ter alguém querer ajuda - lá. Já que não lembrava nada antes de acordar no do outro que acabara de sair. Ficou com medo, porém de tentar a hipnose e lembrar algo ruim. Não fazia idéia, vai que seu passado fosse obscuro, além do mais sentia um cansaço fora do normal. E o frio aumenta cada vez mais, a pele do seu corpo eriçava. Sua visão estava turva e sentiu que logo desmaiaria. Fechou os olhos e imagens estranhas e desconexas vieram a sua cabeça.
Um vampiro, uma bruxa e um lobisomm estavam sentados em volta de uma fogueira. O vampiro e o lobisomem pareciam discutir, enquanto a bruxa tentava acalmá-los. Uma voz então veio em sua mente como súplica: “Volte logo Thorn”.
Thorn desmaiou. Diego ao perceber o que acontecia conseguiu a tempo segurá-la para que não acabasse indo ao chão e se machucasse. Nunca vira uma fada antes, não sabia como proceder. Se fosse humana era só da um pouco de seu sangue a ela. Mas nesse caso estava paralisado sem respostas. Sentiu raiva da pessoa que fez aquilo. Um medo súbito de que ela morresse ali em seus braços fez com que agisse. Segurou-a firme no colo e a levou com toda a velocidade que pode a uma pequena e escura gruta bem ao fundo do coração daquela montanha. Antes que pudesse chamar que habitava aquele lugar, ouviu a voz:
- Entre depressa!
Dentro da gruta algumas velas iluminavam o lugar pequeno mais confortante.
- Olá Mestre!
- Coloque-a sobre aquelas almofadas.
Quem falava era Juliano, o vampiro mais antigo dos Godos. Muitos acreditavam que ele havia formado o clã. Era sábio, falava pouco e mal convivia com os outros. Juliana após anos de existência aprendera que a solidão era um mal necessário para encontrarmos o que realmente importava na sua vida. Pouco antes de Merlin encontrar Thorn dormindo, ele havia escutado o coração angustiado da fada que acabará de chegar. Sabia que além do que havia vindo buscar, essa viagem sozinha era para poder se encontrar e ter certeza do que realmente queria. Admirável alguém tomar essa atitude. Estar só geralmente faz com que tenhamos um real e verdadeiro tempo para pensarmos sem alguém interferir em nossas decisões. Ficou furioso ao ver que Merlin tinha utilizado seus poderes querendo transformá-la em um quase bichinho de estimação. Confessava que ficou surpreso ao ver que a curiosidade do vampiro era normal, quando sentiu que ela estava a passos de se tornar uma vampira. Fada vampira. Em mil anos de existência nunca ouvira falar em nada parecido. Quando leu os pensamentos de Diego e viu que ela queimava em febre preocupou-se, queria mantê-la viva.
- O que devemos fazer?
- Ela precisa de sangue. Se quiser eu posso doar um pouco do meu.
- Não Mestre! Deixe que eu dê meu sangue a ela.
- Você corre o risco do vampiro que estava tentando transformá-la ficar furioso.
- Correrei o risco. Não podemos deixá-la morrer. A pessoa que fez isso não se importou com o que aconteceria a ela, caso contrário não a deixaria sozinha.
- Não julgue as pessoas antes de saber quais são suas reais atitudes.
- Mas isso é tão evidente.
- Nem tudo é o que parece ser.
Diego ficou calado. Poderiam ter essa conversa em outra hora, o importante agora seria salvar a fada. Ajoelhou-se no chão, pensando em como faria isso. Lembrou de suas unhas afiadas e fortes e passou-as em um de seus pulsos até formar um corte não fundo, mas o bastante para que filetes de sangue começassem a escorrer. Se fosse verdade que ela já tinha presas apenas essa corte seria necessário para que ela se alimentasse.
Encostou gentilmente seu pulso aos lábios dela. Thorn inconsciente ainda sentiu um gosto meio salgado tocar seus lábios, mas ao mesmo tempo um gosto tão prazeroso que parecia dar vida a ela. Uma corrente de energia começou a fluir do seu corpo, nem percebeu que estava desperta e que seus dentes afiados estavam cravados no pulso de um vampiro. Teve uma nova visão.
- Simona!- sussurrou baixinho enquanto lágrimas rolavam ao rosto. Não sabia o porquê esse nome causava tristeza a ela. Isso a angustiou e fez com que o choro aumentasse consideravelmente.
Diego delicadamente tirou o pulso de seus lábios e deitou ali do lado dela. Quem se sentia fraco agora era ele. Embora quisesse fazer muitas perguntas, adormeceu incapaz de dizer uma única palavra.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Vampira Alinam - parte 1 - por Adriano Siqueira




A Vampira Alinam
Por Adriano Siqueira

Parte 1

Alinam, a Vampira Solteira, procura....

Com um anúncio assim todos os homens da terra ficariam impressionados.
Mas ninguém ficaria mais impressionado do que o Sr. Dryne.

Dryne era um homem completamente obcecado por vampiras e ao ver o anúncio ficou louco para conhecer Alinam a Vampira.
Depois de se arrumar nos lugares mais chiques de São Paulo Ele arrumou as malas e foi para o Rio de Janeiro conhecer a vampira.
Logo que chegou em no endereço indicado no anúncio Dryne percebeu que o apartamento era no topo do prédio. Ele pegou o elevador e quando chegou no último andar, viu uma mulher arrastando um corpo.
Ele ficou assustado. Ela era muito forte pois o corpo tinha pelo menos mais de 120 quilos.
Ela olhou rapidamente para Dryne e disse:
- Vai ficar ai parado ou vai me ajudar a carregar este corpo?
Sem pensar nas conseqüências Dryne ajuda a jovem mulher a carregar o corpo para a saída de emergência do prédio.
Logo depois que eles jogam o corpo na saída de lixo do prédio. Dryne pergunta.
Por um acaso será que poderia me explicar quem era ele?
- Um homem mal. É só o que posso dizer.
- E você?
- Uma mulher... que gosta de homens.
Ela o abraçou e beijou a sua boca por um bom tempo. Ele ficou bem surpreso com a sua reação e perguntou:
- Por um acaso você não é a vampira que procuro?
- Não! Não sou. Eu apenas estou aqui para ajudar a limpar a “casa” se é que você me entende. Meu nome é Liv. Venha eu vou levá-lo até a vampira.
Dryne é levado para uma grande sala. Liv pega uma taça de vinho e senta ao lado dele e oferece a taça e pergunta:
- Então você quer conhecer uma vampira?
- Eu amo vampiras acho que nasci para ficar com elas mas confesso que nunca tinha visto anúncios sobre encontros com vampiras.
- Hahaha! Mas Alinam é uma vampira muito diferente. Ela não tem medo de se expor. Alguns vampiros se escondem na noite para pegar as suas vitimas.. Alinam não faz isso ela os convida. Eles vem se quiserem.
- Isso é fascinante. Então eu seria uma vitima no caso?
- Talvez... As vezes Alinam gosta da pessoa e eles acabam sendo contratado para trabalhar com ela.
- E como vou saber se eu serei um empregado ou amante ou uma vitima?
- Isso só o tempo dirá... Olha... Ela já está chegando tenho que ir.. fique a vontade e não mostre medo para ela... Ela odeia homens medrosos. Ela gosta muito de homens que passem confiança para ela. Seja gentil e tudo acabará bem.
Dryne estava atento... Fazia o Maximo para não demonstrar o medo que tomava todo o seu corpo. Era impossível não ter. Não era o tipo de situação que acontecia diariamente. Ele ouve passos vindo da escada... Tentava se posicionar no sofá. Pensava em como se meteu nisso. Se não era melhor ficar em casa procurando fotos de vampiras na internet.
Aos poucos ele via as pernas . Ela usava um vestido preto e salto alto. As curvas chamariam a atenção de qualquer homem. Uma vampira que certamente não teria dificuldades de encontrar vitimas. Era uma vampira linda. Não tão alta quanto imaginava. Mas do tamanho certo. Tinha cabelos escuros e usava um piercing bem debaixo do lábio inferior. Seus olhos eram Negros e o seu sorriso muito cativante.
Ela se aproximou sem dizer uma palavra. Chegou muito perto do rosto de Dryne e começou a cheirá-lo deixando uma pergunta no ar:
- Não sabia que as vampiras gostavam de cheirar os homens.
- Na verdade. Eu estou apenas sentindo o cheiro do seu sangue da sua alma. É assim que eu identifico os melhores.
- Espero estar entre eles então.
- Isso eu ainda não decidi e eu não gosto muito de homens impacientes.
- Saiba que, com você, eu não teria pressa.
- Uma boa resposta sr...
- Dryne... um homem que aprecia muito a sua beleza.
- Mesmo que eu seja a última mulher que amará por toda a sua vida?
- Isso é você que decide!
- Adoro homens que sabem o que quer espero que eu não tenha que decidir tudo.
- O que quero... Bom... Dê-me oportunidade e lhe mostrarei porque eu te mereço.
- Fique a vontade então... mas antes. Um joguinho. Liv.
Após Liv ser chamada ela abre a cortina e Dryne fica surpreso com o que vê. Uma mulher sangrando pelo pescoço completamente amarrada em uma cadeira. Seus olhos eram completamente brancos e a sua boca estava aberta mostrando caninos salientes.
Liv pega uma estaca e coloca nas mãos do Dryne. Alinam olha para Dryne e diz:
- Mate está vampira traidora e você fará parte do meu grupo seleto de amigos. Tenho a certeza que você não vai se arrepender.
Alinam e Liv saem da sala e deixam o Dryne sozinho com a vampira. Ele olha para a estaca e depois para a vampira.
Será que ele está preparado para mostrar as vampiras que ele merece confiança? Afinal... ele nunca matou uma vampira antes. E ele só pensava:
- Será que ela quer realmente que eu mate uma vampira? E será que eu terei o terno amor desta vampira? será que ela me ama?


Continua...



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Minha Vez - Adriano Siqueira

Sempre fico esperando perto do prédio onde ela mora.
Uma pena que meu amigo tenha sido escolhido pela empresa de táxi para levá-la ao trabalho. Queria eu ter a sorte dele.
Ela usa geralmente um vestido longo que, com o vento, mostra suas pernas morenas e lisas. Ela sempre olha para os lados e beija o meu amigo antes de entrar no carro.
Nunca vou saber se ela me vê. Acho que não. Ela sabe que fico ali para pegar a senhora que mora em frente ao seu prédio.
Mas o meu amigo vê e ri. Pois tenho que ajudar a senhora a entrar no carro e ela acha que sou desajeitado e geralmente me dá uns beliscões. Ah! Um dia isso vai mudar.
No outro dia, eu estava sentado no carro com a cabeça para trás, os olhos fechados, esperando a senhora descer do prédio, quando senti uma sombra passar por mim. Era ela. Não a senhora, mas a mulher que idolatrava.

- Oi, meu nome é Bia. Seu amigo não veio. Poderia me levar ao trabalho?
Eu gaguejava. Mas não muito, para ela não perceber. Mas ela não perdia a pose e disse:
- Não vai abrir a porta?

É verdade. Meu amigo sempre fazia isso. Uma prova de bons costumes.
Depois de eu ter aberto a porta, ela colocou as mãos no meu rosto e me deu um beijo. Um beijo demorado. Virou-se e entrou no banco de trás.
Rapidamente entrei no carro e, após ela ter me dito onde era o trabalho, segui o caminho conforme o planejado.
Maravilhosa. Vi seus olhos pelo retrovisor, ela pega o batom na sua bolsa e passa vagarosamente na boca. E olhava, e como olhava.
Suas mãos iam ao encontro dos meus ombros e carinhosamente dizia no meu ouvido:

- Relaxe, rapaz. Não vou te morder.

Suavemente, suas mãos vão desabotoando meus botões, me deixando suado e com a respiração muito lenta.

- Então você me espionava? Que menino levado.

As mãos dela já estavam na minha calça. Ela dominava por completo a situação.
- Entre neste beco.

Quem era eu pra dizer não? Afinal esperava aqueles toques há muito tempo. Aquelas pernas passando nas minhas e seus dentes passando pelo meu ouvido. Sentindo sua respiração, junto com as mãos macias, me fazia ficar à sua mercê.
Quando ela subiu na minha frente e sentou no meu colo olhando para mim. Começou a beijar meu peito e meu pescoço. Eu brincava com sua face. Lambendo seu pescoço, levemente embriagado com seu doce perfume.
Aquela manhã estava perfeita.
Depois que terminamos ela disse que dispensaria meu amigo, mas que antes tinha um presente para mim. Ela tirou a calcinha e colocou na minha mão dizendo que era um presente. Um presente para eu não esquecer aquele dia.
Foi quando ouvi batidas na janela. Batidas fortes.

- Vamos, homem, me ajuda a entrar.

Era a senhora. Mas que diabo. Eu ainda estou na frente do prédio. Então era tudo um sonho.
Olhei para o lado e vi a Bia saindo do prédio, mas antes de entrar ela olhou para mim. E piscou. Eu não acreditei. Fiquei até suado. Eu ia colocar a mão na testa para tirar o suor e foi então que percebi.
Eu estava com a sua calcinha nas mãos.



Este conto foi escrito em 2003 e esta também no site Usina das Letras. Chegou a ficar em primeiro na lista de leitura por mais de 15 dias.
abraços
adriano siqueira

domingo, 16 de novembro de 2008

Dois Corpos- Camila Bernardini


DOIS CORPOS

Contorno os teus lábios

com meus dedos

Rabisco teu nome em guardanapos

Tatuo tua pele com o meu nome

Gotas quentes de meu suor despertam teus seios

Massageio tuas costas com meus pêlos

Algemo-a no prazer que tu sentes

Respiro em teu ventre o ar da tua alma

Balbucio em teu ouvido o teu nome

O adorno de predicados que me conduzem ao pecado

Penetro em teu espírito

Penetro em tua almaP

enetro em teu corpo

Penetro em você

Rompemos leis da física – quando nossos corpos ocupam o mesmo espaço

Gritos alucinados que rompem e rasgam a madrugada

Uma canção – cujo nome é tesão

Um prazer cujo signo eu despejo dentro de ti

Um arrepio que me escurece as vistas

Uma sensação que me retira o solo

Um sentimento pintado com as cores de Deus

A perfeição em poesiaD

ois corpos – uma sincronia

Dois corpos – um testamento

Dois corpos

Entregues à um tempo eterno

Um tempo chamado momento.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

FELIZ DIA DAS BRUXAS!!


O GATO
Por Adriano Siqueira



Em seu quarto, com o livro de partituras flutuando e folheando sozinhos, Witch fica dançando fazendo os objetos em sua volta dançar com ela, enquanto estuda para as aulas de música. Esse é o seu jeito para sentir a música.
Jonas, o mordomo, interrompe a dança mágica com um bater na porta.
- Srta. Chegou um presente, é uma caixa. Coloquei na sala.
Witch adora presentes e surpresas. Seus poderes não são tão completos para poder adivinhar o que tem dentro da caixa... mas seria terrível saber o que ganhar antes de abrir e as vezes se sente como humana, é adorável e excitante.
A caixa estava lá ... parecia ser uma gaiola. Ela abriu com toda a velocidade de uma mulher quando ganha algo.
Um gato... e preto. lindo .. ele lambia seu rosto como se já conhecessem.. foi amor a primeira vista.
- A Srta. tem certeza que quer ficar com ele?
- Claro Jonas! é lindo... já viu uma bruxa sem um gato preto?
Jonas desaprovou a idéia mas, mesmo assim, pegou o leite na geladeira...e disse ironicamente.
- Sim srta. tem razão .. vou providenciar o caldeirão e as vassouras também... Quem sabe transformamos a mansão em uma simples casa de chocolate?
- Fazendo uma careta Witch pega o gato e leva para o quarto!
- Vou ficar com ele Jonas e ...agora que notei ... Você ficaria bem de ratinho branco.
A noite chega e Witch dorme tranqüilamente. O gato na cabeceira da cama olha para a lua e depois disso nada será como antes... A transformação tem início... Aquele gato virará um homem!
- Srta... - dizendo bem baixo para a Witch...- Precisa me ajudar...
Witch acorda e com seus reflexos prende o homem com grades feitas por luzes sólidas.
- Quem é você??? Como entrou ?? Cadê meu gato???
- Por favor senhorita .. eu não posso responder tudo de uma vez. Tenha calma. Não sou seu inimigo. Apenas peço seu auxilio. Esta maldição apenas me deixa nesta forma a noite e de dia volto a forma de um gato! Meu reino está em apuros tenho que voltar mas, antes peço para que retire a maldição que esta em mim.
Witch olha para aquele homem bonito e muito alto, ele poderia facilmente dominá-la se não tivesse poderes de bruxaria mas, ela, por alguma razão confia e o liberta!
- Certo mas, se der uma de engraçadinho, eu pessoalmente deixo você com forma de gato pro resto da vida!
Pegando os livros e grimórios mais antigos ela pesquisa sobre este feitiço.
- Srta.. temos companhia.
A lua que estava brilhando como um Sol. É coberta por vultos negros. Eram milhares de morcegos que estavam indo a direção àquela mansão.
- Estou levantando uma barreira para eles não entrarem na mansão. Pelo menos por uns 10 minutos espero terminar isso antes!
Dizendo algumas palavras ela joga o feitiço naquele homem que agora é meio homem meio gato!

- Ótimo agora estou vestido para um baile a fantasia..obrigado. - Olhando com raiva para Witch.
- É o melhor que eu pude fazer seu mal agradecido. Agora você ficará nesta forma dia e noite.
- O melhor? Estou parecendo o leão covarde do Mágico de Oz.
- Pois é melhor um leão do que um rato que é no que vou te transformar se você continuar tagarelando!
- As mulheres da cidade são sempre assim? por isso gosto do campo.
Jonas entra no quarto e vê a briga dos dois e não consegue evitar em dizer.
- Srta Megera Domada os morcegos estão batendo na porta. Posso deixá-los entrar pra tomar um chá enquanto você marca a data do casamento!
- AAAAAhhhh! Odeio homens!
Usando as músicas que havia criado ela faz uma barreira de som envolta dos morcegos fazendo com que eles fiquem perdidos e sem direção espalhando-se pelo céu e terminando a ameaça!
- Ora vejam só! - falava o homem-gato batendo palmas - Consegui fazer um feitiço que funciona em menos de meia hora.
- Deita na cama agora!!!
- Hei! Essa não é a maneira certa de cortejar um homem!
- Agoraaaaa!!!
- Tá bom. Tudo bem mas, e esse garçom ai? Vai ficar olhando?
- É mordomo! E não é pra fazer sexo que quero você ai... é que deitado e parado o feitiço será mais fácil de retirar!
- Se você ficar quieto eu darei uma sardinha de presente! - Jonas disse isso rindo da situação.
- Odeio cidade grande...
- Quieto estou terminando...
- Ser um gato não era tão ruim...
- Quieto ou eu o transformo em papagaio!
- Currupacoooo... - Jonas estava no chão de tanto rir!
A luz era bem pequena e tomou, de repente, toda a parte do quarto. Quase chegou a iluminar a cidade a sua volta... Gritando palavras que apenas Merlin sabia o significado, o corpo daquele homem-gato aos poucos voltava a ser como era, humano.
- Finalmente! - disse ela!
- É mesmo! Funcionou estou inteiro de novo!
- Acho que não senhor o seu rabo sumiu!
- Engraçado Jonas... já viu mordomo partido em dois?
- Parem com isso vocês dois!
- Tudo bem ... já vou indo. As bruxas da cidade me fazem mal.
- Os homens-gatos também. -Disse Witch olhando para ele.
Aquele homem segue seu caminho. Ele olha para Witch e seus olhos mostram agradecimentos e antes dele falar Witch interrompe.
- Eu fiz o que deveria fazer. quando tiver mais problemas apareça.
- Sempre terá uma tigela de leite te esperando. - Jonas sempre irônico – é atingido pelo cotovelo da Witch.
- Não liga pra ele... volte sempre sim.

O homem sorri, e segue seu caminho para seu reino pronto para voltar a batalha.
- Corajoso. - Jonas diz - Ele voltará.
- Claro! - Witch vai até a janela e acena para ele...
- Eles sempre voltam.


Sobre o autor:
Adriano Siqueira é um dos escritores do livro "Amor Vampiro" e criador do fanzine "Adorável Noite" sobre contos de terror e vampiros, que é distribuído em várias casas noturnas e eventos sobre ficção. Faz palestra sobre vampiros e escreve para vários sites sobre o tema.





o Sabbat das bruxas por Camila Bernardini


A magia esta no ar

O sabbat das bruxas

Já vão começar

Com o seu atame na mão

O circulo elas vão começar

Depois cultuam os elementos

o fogo, a água, a terra e o ar

Elas fazem seus pedidos

Para a grande mãe realizar

Elas amam a natureza

E sempre irão amar

las traçam seu destinos

e aprendem a voar

voar com liberdade

Liberdade de sonhar

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Maldito - Por Denny Guinevere Du Coudray




Nas mãos malditas o sangue pútrido
Sujas de mentiras sem verdade
Maldito homem, maldito ser
Que levou consigo o coração da jovenzinha
Mastigando enquanto ainda batia
Sujando-se com sangue inocente
Ser maldito, morto-vivo
Cavalgando entre os vivos
Arrastando-os consigo
Num inferno estridente
Olhares atônicos, olhares gelado
Que com aquilo não se conformaram
Clamando ao divino que suplicaram por auxilio
Ser fedido, imprevisível
Que não era mais bem vindo
Do céu, inferno e terra
Fora recolhido.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Doce Vingança- por Camila Bernardini


Meus olhos te viram tristes

Olhando para o infinito

seus olhos tão aflitos

Soluços prontos para virar um grito

Nessa hora minha alma

Com dor foi perfurada

talvez sua tristeza de não sentir-se amada

faça com que esses olhos demonstrem ser maltratada

sentada sozinha naquela sepultura

Lágrimas que teimam em escorrer

Mil dúvidas surgem no vazio da sua mente

Mas você não acha a resposta e nem o porque

Com seu copo de vinho brinda a morte

E tudo que ela tem a lhe oferecer

Já esquece de ser forte

tudo que deseja é parar de sofrer

Eu em minha angústia tento te socorrer

Mas você já não me ouve

Já não consegue entender

Quer apenas a solidão inerte na sua própria escuridão

seu caminho está em trevas

Sem nenhuma luz a brilhar

Sua dor...seu pecado

Talvez foi querer me amar

Em meio ao soluço e desespero peço para me perdoar

Mas você continua distante

Apenas com o desejo de se matar

Então no mesmo instante

Vejo um punhal te acertar

O sangue no chão começa a espalhar

Com um último suspiro

Você me lança um olhar

Diz em um sussurro

Que foi a doce maneira que encontrou para de mim se vingar

Com seu corpo morto...em meu braços

Sei que tudo está perdido

me perdoe por um dia

Em sua vida ter existido

domingo, 12 de outubro de 2008

Desconhecido. - Por Denny Guinevere Du Coudray


A bela jovem apoiava as mãos delicadas sobre o vidro que a separa do mundo complexo, lentamente encostou seu rosto junto às mãos e desatou a chorar compulsivamente. As pessoas que por ali passavam observavam-na com certa admiração e indagavam-se para si mesmas. “Como uma mulher tão bela como ela, poderia ficar tão triste? Certamente ela seria capaz de alcançar o céu”.
Laurem enxugou a face e contemplou o céu estrelado antes de cair ao chão batendo fortemente a cabeça no que resultou rapidamente numa possa de sangue entre seus cabelos longos e da cor do sol; os olhos azuis da jovem permaneciam abertos e fixos na estrela que brilhava para ela minutos antes do ultimo suspiro ser proferido dos lábios outrora rosados da jovem agora falecida.
O coração de uma mulher é como um oceano revolto. E Laurem sabia que o fim se aproximaria já que abandonara a vida que tanto amou um dia, o resultado de seus pensamentos pecaminosos não tardou a se realizar, a morte veio buscar-lhe, e levou a jovem para um lugar desconhecido, para onde todos nós iremos um dia.
O mundo silenciou-se ao sentir a vida de Laurem se esvair do solo terrestre, os anjos choravam naquele instante com o desapontamento de perde-la sem lutar. Junto com as lagrimas desabou sobre a terra pequenas gotas que lavavam o solo fértil, gotas de chuva mescladas com lagrimas dos anjos e do Senhor de todo universo que lamentava a morte da jovem Laurem.

__ Talvez, eles não saibam. Mas, lamentamos a perda de cada um deles, esta jovem tinha muito que conquistar – disse Arcanjo Miguel para o anjo Serafim.
__ Com certeza. Haverá justiça entre os homens, e notarão que se não se unirem morrerão todos sozinhos. Sempre estivemos aqui, mas nunca fomos ouvidos. – Completou Serafim.
E por eles passou Laurem que acompanhou a Morte em sua nova jornada. Morrer era imprevisível. Aceitar a morte da bela jovem que poderia ser a salvação de muitos, impossível.
E um grito ecoou na eternidade.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O espelho que refletia os vampiros - Por Adriano Siqueira



Dentro do castelo, o Rei Lucius e seus discípulos aguardavam as palavras do viajante, que caregava um objeto curioso.
— Está bem aqui senhores! O único espelho que realmente pode mostrar um vampiro! Está baratinho, baratinho!
O Rei chega bem perto do vendedor e diz:
— Tem certeza que este espelho mostra mesmo um vampiro?
— Vossa alteza, eu estou lhe dizendop, pode testar se assim desejar!
Desconfiado, o rei avalia calmamente o espelho. Ele olha de cima a baixo e direciona a sua mão bem devagar ao centro do espelho até finalmente atravessá-lo. Ele retira a mão rapidamente e diz ao viajante:
— É um embuste! Esta armação está vazia!
— Oh, não! Não senhor! Este espelho é especial, é claro! O senhor não o vê, mas ele está aí. Só os vampiros é que irão aparecer. Nada mais.
O rei pegou o espelho e chacoalhou um pouco, mudando de direção, e disse:
— Tem razão, forasteiro. Estou mesmo vendo um vampiro e é você!
— Como assim, vossa alteza?
— Meus suditos podem comprovar! – O rei levanta as mãos para os seus súditos e diz: – Todos estão vendo o vampiro?
E todos concordam com o rei. O forasteiro tenta fugir, mas os guardas o detêm.
— Vossa Alteza! Piedade! Clemência!
— Você sabe o que fazemos com os vampiros aqui? Nós o amarramos nas portas do castelo e abrimos, quando o próximo forasteiro aparece! Assim ele já estará avisado de que o rei tem bom humor.
— Minha nossa, majestade! Eu suplico! Realmente, o espelho deve ter caído no caminho. Tenho certeza que está lá fora!
— Levem-no!
O forasteiro é amarrado nas portas do castelo. Seus braços e pernas esticados em cada lado das duas portas da entrada. Anoiteceu e finalmente um novo visitante aparece fazendo os guardas abrirem o portão destroçando o corpo do viajante.
Os guardas ficam impressionados com a cena.
Ele estava com uma capa enorme que cobria quase toda a entrada do castelo. Em seus braços, um espelho, onde seu reflexo aparecia como fogo.
Quando apresentado ao rei, forasteiro diz:
— Achei este espelho pelo caminho! Obrigado por me convidar a entrar!
Ele dá uma gargalhada e seus caninos salientes aparecem.

—Está mesmo na hora do jantar.



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Auto-destruição por Malina


"Porque diabos a beleza machuca ?
Porque raios a beleza conduz à dor ?
De ambas as formas isso termina em dor
De qualquer forma - me dê sua beleza agora
De qualquer forma - espalhe minhas veias
Me amaldiçoe e me torne um enigma
A estrada para a dor é calçada pela beleza..."

(Lacrimosa)



Olá. Meu nome é Jöhn, tenho trinta e sete anos e um desabafo para fazer. Há algum tempo atrás eu tinha uma vida normal, uma esposa e duas filhas lindas que me amavam incondicionalmente. Prestava um serviço quase que voluntário em uma igreja e tinha um bom emprego que me permitia aproveitar de uma vida confortável.

Bom, eu poderia achar que tudo o que houve comigo, não passou de um pesadelo, mas as coisas infelizmente não são tão simples assim. Eu perdi tudo e estou á um passo de acabar com minha própria vida.
Sou um covarde? Quem sabe. Mas não me interessa mais viver. Eu poderia recomeçar do "zero" e tentar seguir um novo caminho, mas não tenho forças para isso. Deus sabe, não tenho mesmo!

*****

Eu me casei novo, com uma moça pura e muito bonita além de carinhosa e cuidadosa. Assim que a conheci, minha vida tomou um rumo certo. Deixei todos os erros para tráz e segui o caminho ao lado dela. Logo veio minha primeira menina e alguns anos depois, a segunda. Agora sei, eu tinha uma vida perfeita.

Não quero aqui, caro leitor, me lamentar. Eu errei e assumo meu erro, mas preciso desabafar. Provavelmente você sentirá raiva antes mesmo de ouvir o final da minha triste história, mas não há problema, eu mais do que ninguém sei o quanto fui tolo.

Como disse, tinha uma família perfeita. Minha esposa me amava e minhas filhas viam em mim um exemplo a ser seguido. Eu por minha vez, me sentia forte. Durante vinte anos de casamento nunca me senti abalado, nem interessava qual era o problema, eu sempre o resolvia com coragem e força. Nunca me deixei abater e era convicto em minhas escolhas.

Convicção. Essa foi minha maior qualidade durante esses vinte anos e por incrível que pareça, foi o que causou minha destruição mais tarde.

*****

Eu sempre acreditei em Deus, mesmo hoje, estando á beira da morte, ainda acredito e tenho esperanças de que Ele me perdoe pelo que fiz.
Como eu disse, eu prestava um serviço voluntário na paróquia da minha cidade. Todos os fins-de-semana eu me reunia com jovens que se encontravam em uma fase difícil. Alguns eram drogados, outros revoltados e outros fanáticos mesmo, que achavam que era sempre bom falar sobre seus pequenos problemas.
Como psicólogo, eu os ajudava. Meu trabalho era praticamente terapias em grupo e ás vezes sessões individuais, quando o caso pedia mais sigilo.
Eu estava seguro ali, sabia o que estava fazendo e me sentia orgulhoso em poder ajudar meus irmãos.

O grupo era bem conhecido, pois por mais que eu me esforçasse, a "cura" não dependia só de mim. Muitos daqueles jovens, assim que encontravam a primeira resposta para os seus problemas, sentiam uma falsa segurança e baseados nisso, voltavam a ter uma vida sem restrições o que mais tarde, os prejudicava novamente e eles voltavam para terapia.

Eu os conhecia muito bem e gostava deles assim como gostava do meu trabalho ali. Não pretendia parar nunca, mas tive que parar. Depois do que aconteceu eu ainda tentei ficar ali, mas não era justo. Eu não era mais o mesmo.

******

Certo dia, eu havia chegado mais cedo na igreja. A igreja era exageradamente grande e fria e nessa tarde a chuva parecia deixar o lugar mais gelado do que nunca. Eu estava sentado em minha mesa que ficava na lateral do altar, não havia mais ninguém ali. Estava distraído organizando alguns papéis quando escutei passos vindos da imensa porta de entrada.
Levantei o olhar e vi uma moça vindo em minha direção. Assim que ela se aproximou, vi que era nova, com seus dezessete, dezoito anos. Ela estava completamente molhada por causa da chuva e seus cabelos estavam agarrados em seu rosto pálido.
Vestia uma saia preta de crepe indiano e uma blusa de renda por debaixo da jaqueta de couro. Usava uma maquiagem escura borrada e tinha discretas olheiras.
Ela se aproximou e sentou-se na cadeira em minha frente.

- Olá. - Eu disse. - Em que posso ajudá-la?

- Não creio que meu problema tenha solução. - Ela respondeu com sua voz doce.

- Todo problema tem uma solução, mas se não acredita na sua, o que faz aqui?

- Vim somente para estragar sua tarde. - Ela falou e eu sorri.

- Não acho que uma moça tão linda vá estragar minha tarde tão facilmente. - Respondi com bom humor, ela não respondeu. - Sou voluntário aqui, sou o psicólogo da paróquia. Quem sabe não podemos conversar e achar juntos uma solução?

- Primeiro, não preciso da sua caridade nem da sua piedade. Não uso droga e nem me prostituo portanto não ache que estou tão vulnerável á sua fé.

- Não achei isso. - Falei. - E já que você não é nada disso, me sinto aliviado. O que lhe aflinge?

- Eu mesma. Eu me odeio, eu não presto e não mereço mais viver. - Ela disse, sempre com os olhos nos meus.

- Seja lá quem lhe falou isso, não merece sua atenção. O que lhe faz pensar assim?

- Minha vida, ela toda foi um desastre. Sempre tomei as decisões erradas, sempre escolhi o caminho mais doloroso.

- Há sempre tempo para quem quer recomeçar... - Não acabei de falar quando celular dela tocou, ela se levantou e disse que precisava partir. Eu fiquei meio tonto com aquilo tudo e tive tempo apenas de me despedir.

A acompanhei até a porta da entrada, do lado de fora a chuva caía mais forte. Ela desceu as escadas e eu fiquei ali parado, olhando aquela menina tão doce, que á cada segundo sumia como um vulto na paisagem cinza.

******

Minha tarde não foi mais a mesma, quase não tive cabeça para pensar em outra coisa senão na misteriosa menina de preto. Não via a hora da sessão acabar com os meninos e eu sair dali, no fundo, eu queria a encontrar novamente.

E assim o fiz. Assim que acabei meu trabalho, juntei rapidamente meus papéis e os guardei na minha maleta. Me despedi de todos e saí apressadamente em direção ao estacionamento.
Aproximando do meu carro vi que havia alguém encostado nele, eu estava com pressa por causa da chuva e assim que cheguei mais perto, vi que era a menina.

- Oi. - Falei tentando disfarçar minha surpresa. - O que faz aqui nessa chuva?

- Estava lhe esperando. - Ela disse. - Você pode me dar uma carona?

- Sim, claro. - Abri a porta do carro. - Entre por favor.

Entramos no carro e eu arranquei em seguida. Olhei para o lado e a fitei discretamente. Por debaixo da sua saia quase transparente sua pele pálida parecia reluzir. Me senti constrangido quando vi que ela notou meu olhar.

- Você acredita em Deus? - Ela perguntou.

- Muito. - Respondi. - Você não?

- Não.

- Porque?

- Se ele existe mesmo, é muito indiferente.

Eu sorri, estava acostumado com aquele tipo de opinião.

- Qual seu nome? - Perguntei.

- Sabine, mas se fala "Zabine", é em alemão.

- Belo nome Sabine. E para onde quer ir?

- Tanto faz, minha casa me entedia. Você tem algo para fazer agora?

- Não. - E esse foi meu primeiro erro. Eu tinha. Todos os dias eu buscava minhas filhas na escola, mas nesse dia eu resolvi mentir e não as busquei.

Parei em um posto de gasolina e desci, falei que ia ao banheiro e a deixei no carro esperando. No banheiro liguei para minha esposa avisando que tinha ocorrido um emprevisto e que não pegaria as meninas na escola. Disse que ia demorar.

Voltei ao carro e ela estava lá, linda, me deixando inseguro á cada minuto.

- Já sei aonde podemos ir. Conheço um barzinho muito legal, você bebe não é?

- Só socialmente e muito de vez enquando.

- Ah não acredito! - Exclamou. - Nem uma taça de vinho?

- Quem sabe.

Ela me guiou até o tal lugar. Era quase na saída da cidade. O bar era na verdade um chalé. Pequeno e aconchegante, com uma vista maravilhosa.
Entramos e nos sentamos numa mesa perto de uma janela. Lá fora, a bela paisagem montanhosa me confortava.

Ela pediu duas taças de vinho e tirou a jaqueta, quando percebi que não tirava os olhos do seu delicado decote, vi que não deveria estar ali.

- Vai fazer o que quando sair daqui? - Ela perguntou.

- Vou pra casa, minha esposa está me esperando. - Resolvi ser sincero e achei que ela iria se surpreender com a resposta, mas isso não aconteceu. - E você?

- Não sei. Não vou sair daqui muito cedo.

- É? - Tentei evitar, mas não consegui. Eu queria mesmo saber o porquê dela ficar ali até tarde. - E o que vai ficar fazendo aqui sozinha?

- Não vou ficar sozinha, vou ficar com você. - Nesse momento ela se levantou e sentou no meu colo, de frente pra mim. Ela segurou minha nuca, sua mão estava completamente gelada, começou a me beijar. Seus lábios macios em minha boca hora escorregavam até meu queixo e seguiam pelo meu pescoço. Ela fazia pequenos movimentos com os quadris deixando que sua perna fria arrastasse em minha cintura. Eu fiquei completamente excitado e ela pôde sentir, o que a deixou mais empolgada ainda.

- Eu te quero, - Ela falou me fazendo gemer baixo. - agora.

Ela se levantou e segurando minha mão, seguiu até perto do balcão. Chamou um rapaz e falou algo que não pude entender. Logo estávamos subindo uma pequena escada que ficava ao lado do balcão.
Entramos em um quarto. Tinha uma cama no centro, o cômodo não era muito grande. Ao lado da cama havia uma mesinha com algumas velas artesanais, ela as acendeu e fechou as cortinas da única janela que havia.

Se aproximou de mim e tirou sua blusa, eu não conseguia pensar em nada. Ela então segurou minhas mãos e colocou-as em seus seios. Aquela pele macia me deixou louco. Agarrei-a com força e comecei a beijá-la, desci pelo seu pescoço e cheguei ao seus seios, ela jogou a cabeça para trás e segurou forte meus cabelos.

Logo suas mãos estavam abrindo minha calça enquanto eu a beijava por inteiro. Tirei cada peça de sua roupa e deitei-a na cama. Ajoelhei-me entre suas pernas e beijei seu umbigo, desci até no meio de suas pernas e a senti contorcer de prazer.

Subi novamente e beijando seus seios a penetrei com força, o mais profundo que consegui. Estava extasiado. A cada movimento eu enlouquecia.
Virei-a de costas e segurando sua cintura, penetrei-a novamente. Dessa vez com mais força e mais profundamente. Passei a mão em suas costas suadas até que cheguei em seu cabelo, agarrei e os puxei para trás.
Ela soltava gemidos gostosos enquanto eu me sentia completamente hipnotizado.
Puxei então seu corpo para perto do meu e acariciando o mesmo, tive o primeiro orgasmo. O primeiro, de muitos.

Quando acabamos fui até a janela, a noite finalmente caía sobre a paisagem. Olhei para trás, ela estava deitada na cama. Seus cabelos já secos, mostravam suas belas ondas, sua pele pálida e suas belas curvas me mostraram o quanto me sentia satisfeito.
Logo ela se levantou e começou a se vestir, eu fiz o mesmo.

- Você tem que ir. - Ela falou.

Eu obedeci, simplismente. Logo estávamos descendo a pequena escada. Assim que chegamos de volta perto do balcão, vi que uma outra menina nos olhava. Com as roupas parecidas, mas com a parência mais séria.
Me despedi e fui embora.

******

Por incrível que pareça, não me senti culpado. No caminho pensei na longa tarde que passei com a pequena Sabine e me senti muito contente.
Cheguei em casa e não precisei me explicar, minha esposa jamais desconfiaria de mim.

E como naquela tarde, muitas outras aconteceram. Sabine não cansava de me procurar e eu a desejava mais do que qualquer outra coisa.
Ela passou a frequentar as reuniões com o grupo da igreja, mas nunca falava muito de si. Ficava apenas me provocando com aquele olhar excitante de sempre.

Transamos muitas vezes e eu estava completamente envolvido. Não conseguia ver o perigo que me rodeava.

Certa vez, no inverno, estávamos eu, ela e mais três rapazes. Durante a sessão, ela me provocou muito, acariciando discretamente suas pernas. Assim que acabamos e os rapazes foram embora, ela me puxou até o interior da igreja. Andamos apressados até uma pequena sala, onde ficavam umas estátuas antigas e ali mesmo ela começou a me beijar. Ela me beijava e sua mão percorria todo meu corpo, ela se virou então e começou a rebolar em minha frente, encostada em mim. Aqueles movimentos me deixaram louco e eu a inclinei para frente, levantei sua saia e me livrei de suas roupas íntimas, a penetrei ali mesmo. Transávamos ferozmente, quando ouvi a porta se abrir atrás de mim, mas não consegui parar o que estava fazendo. Cada vez mais rápido e mais forte, eu a sentia por inteiro, me envolvendo.

A pessoa foi se aproximando aos poucos até que chegou ao meu lado e só nesse momento, olhei para o lado, ela também olhou.

- Eleonora. - Ela disse entre gemidos. A menina que nos olhava, era a que eu havia visto no bar, em nosso primeiro encontro.

Eleonora sorriu e se aproximou de nós. Eu não conseguia parar de me mexer entre as pernas de Sabine. Eleonora passou então a mão em minha boca e em seguida me beijou, aos poucos tirou minha roupa logo ficando nua.

Eu peguei Sabine no colo e coloquei-a em cima de uma mesa que ficava no fundo da sala, subi na mesma e me ajoelhei entre suas pernas, a penetrando novamente. Eleonora também subiu e deixou que Sabine fizesse sexo oral nela enquanto transávamos.

Pouco tempo depois estávamos os três completamente despidos, unidos pelo prazer. Eleonora revezava me beijando e beijando Sabine. Parecíamos unidos por um laço invisível, parecia que eu as conhecia há séculos.

Eu estava perto de chegar ao orgasmo e notei que elas também. Elas me olhavam e soltavam gemidos quando de repente a porta abriu novamente, estavamos no fundo da sala, de frente para a porta. Quando a porta se abriu por inteiro, pude ver que era o padre. Mas eu não respondia mais por mim, continuei o que estava fazendo e elas começaram a gemer cada vez mais alto, eu mesmo soltei vários gemidos até que nós três gozássemos juntos, na frente do padre, que nos olhava incrédulo.

O padre desmaiou, não sei se de susto ou de medo. Assim que ele caiu, nós três paramos, elas se vestiram e saíram sem falar nenhuma palavra. Só aí que fui ver o que tinha feito.

Mas era tarde demais.

******

Logo todos os membros da igreja sabiam o que eu tinha feito, minha esposa foi uma das primeiras a saber. Ela viajou para outro estado com minhas filhas. Nunca mais as vi, desde então.

Já se passaram três meses desde que isso ocorreu e nunca mais vi nem Eleonora e nem Sabine.

Tenho vivido esses dias com a culpa e o arrependimento. Eu era tão convicto, achava que nada me abalaria ou abalaria minha vida perfeita. Estava certo de que Deus me protegeria de todo o mal e viva falando isso da boca pra fora, como muitos ainda falam naquela igreja.
Mas caro leitor, eu não conhecia o mal. Não um mal interior ou um mal supérfluo, o mal que poucos conhecem. O mal que é capaz de seduzir e destruir um homem, além de o envergonhar perante uma sociedade.

Aqueles momentos de prazer nada eram senão minha própria destruição. Minha auto-destruição.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sombria - Por Denny Guinevere Du Coudray

Na calada da noite sombria

Procurei por teus olhos que já não mais os via

Clamei ao Senhor do universo que meus prantos ouvia

Pra levar-me até ele que não existia

Apenas sua lembrança persistia em mim

Como uma musica sem fim

Ao beijar meus lábios por fim

Fazendo-me quedar diante ti

Porque sabia que jamais voltaria pra mim



Duas Faces, um coração - Por Adriano Siqueira


Faziam mais de dois meses que eles se encontravam.

Escondidos dos demais amigos e conhecidos. Marcavam seus encontros em lugares distantes dos seus lares.

Eram amantes! Um relacionamento proibido e jamais concebido pela sociedade.

Mas eles se amavam e cada vez mais este relacionamento crescia, se fortificava, tornava-se mais sólido.

Ele se chamava Christopher e ela, Perséphone.

Chris achava estranho que, a cada encontro, ela nunca chegava no horário. Por vezes se preocupava com isso. Achava que ela queria ficar apenas um pequeno tempo com ele. E isso o incomodava. Mesmo assim eles tinham um bom relacionamento. Os dois se sentiam muito bem juntos.

Eles se falavam muito por e-mail e por telefone... Porém, as vezes, ela tinha alguns acessos de uma raiva repentina, e sumia estranhamente. Crhis nunca entendeu estas repentinas mudanças em seus sentimentos. Por vezes ele se achava culpado, e as vezes ele pensava que tinha dito algo errado, mas isso nunca se comprovou realmente, pois ela voltava a falar com ele no dia seguinte com absoluta normalidade.

Persephone tinha uma amiga, Helen. Ela a defendia com todo o seu carinho e amor. Helem sabia quem realmente Persephone era e tentava esconder ao máximo a sua condição. Elas moravam juntas em um apartamento na Paulista. As duas moravam por lá há muitos anos.

Helem cuidava muito bem de Persephone. Sempre limpava as pistas de seus crimes. Escondia todas as provas e defendia Persephone com a própria vida, se fosse necessário. Deixava a geladeira com os alimentos necessários para manter a força de Persephone e a acompanhava como podia em suas conquistas. Se relacionava amigavelmente para que ninguem suspeitasse da atual condição de Persephone.
Várias vezes Helem conversava com Chris para acalmá-lo por causa das reações inesperadas de Persephone. Ela cuidava de tudo. pois sabia que a fome de Persephone aumentava diariamente e o alimento líquido e vermelho que tomára, durava pouco tempo. As vezes a fome era incontrolável fazendo com que alguns encontros fossem cancelados e algumas vezes os encontros duravam pouco tempo.

Helem sabia que era impossível explicar isso para qualquer pessoa. Mas o relacionamento entre Crhis e Persephone estava se tornando tão sólido que era inevitável um encontro em seu próprio apartamento.

Helem via a face de Perséphone quando voltava dos encontros... Ela estava geralmente com muita raiva e fraca. Tinha que se alimentar imeditamente. Logo que chegava corria para a geladeira e tomava o sangue que era colocado em sacos. Tomava tudo, até que finalmente se acalmava e abraçava a Helem e agradecia por ajudá-la sempre.

Uma noite Finalmente eles marcaram um encontro em seu apartamento. Helem sabia que era arriscado. Pois qualquer falha a vida de Chris estaria em perigo. Então, recolheu alguns poucos saquinhos de sangue e fez uma reserva com muitos saquinhos de sangue deixando em uma bandeja em cima do fogão para perséphone tomar quando começasse a ficar com raiva.

Faltava apenas meia hora para Crhis chegar. Perséphone e Helem faziam os preparativos para a chegada de Chris, quando a campainha tocou.

Helem diz para Perséphone ficar tranquila e que tudo sairia muito bem.

Chris estava na porta e segurava algumas flores. Perséphone o convidou a entrar.

Depois de quinze minutos de conversa e beijos apaixonantes ela começa a se sentir estranha novamente dá algumas respostas agressivas para Chris. Era hora de se alimentar. Ele tentou segura-la por brincadeira mas ela se livra violentamente deixando-o surpreso... Ela respira fundo e pede desculpas, depois anda em direção a cozinha dizendo que voltaria logo.

Quando ela chega na cozinha vê a Helem chorando... Os saquinhos de sangue derretidos por causa do fogão que ainda estava quente. Todo o sangue se coagulou. Perséphone enlouquecida joga a bandeja no chão e começa a xingar.

Chris escuta o barulho, mas antes que ele pense em entrar Helem grita para ele nao se preocupar que foi só um acidente.

Helem olha para Perséphone, ela estava sentada, no chão, gemendo e com as mãos na cabeça. Logo ela atacaria Chris e todo o seu sonho de ficar com alguém seria destruido por causa da sua fome.

Helem a segura e olhando para seus olhos, aproxima-se e beija a sua boca. Elas se abraçam. Antes que Perséphone percebesse Helem se afasta, pega uma faca e corta seu próprio pescoço.

Persephone grita, mas já era tarde. O corte era profundo e o sangue se espalha rapidamente.

Vendo todo aquele sangue, ela se alimenta e quando a sua sede é saciada, abraça o corpo de Helem e fica ali um bom tempo chorando.

Chris abre a porta da cozinha e, vendo toda aquela cena, tenta socorrer Helem, mas já era tarde demais.

Perséphone e Chris se olham mas nada é falado.

Dois meses depois.

- Oi kate! que prazer em vê-la.

- Pois é Perséphone... Eu disse que viria!

- Entra moça! você é mais linda pessoalmente.

Perséphone abraça kate e lhe dá um beijo apaixonado, logo depois, pede para ela ficar a vontade enquanto ia até a cozinha para ver Chris preparando os saquinhos de sangue... Eles se beijam e ele diz.

Já sabe... quando se sentir enfurecida venha pra cá que lhe dou um saquinho pra você tomar está bem?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Amor, Morte e Vida- por Camila Bernardini


Paola encontrava-se em seu quarto, as luzes todas apagadas deixavam tudo na mais completa solidão, assim não mostrando a face da menina, verdadeiramente banhada pelas lágrimas que insistiam em rolar pelo seu rosto sem cessar. Com força abraçava seu travesseiro, como se ele fosse dar proteção e a protegê-la do vazio que se apoderava do seu ser em dias nostálgicos como aquele, onde era pega lembrando-se da noite mais especial de sua vida, e que um ano depois se tornaria a mais maldita que pudera viver.
Fechou os olhos para que as lembranças fortemente ainda vividas viessem à tona de uma vez, deixando- a mais indefesa no completo vazio e solitário quarto. Vieram as cenas daquela noite, onde com suas três amigas e uma prima, decidiram matar aula e ir encontrar uns amigos no Led Rock bar.
Iam todas felizes conversando, algumas garrafas de bebida barata e maços de cigarro, acompanhavam as garotas, que resolveram fazer o trajeto de uma hora em meia na caminhada. Elas gostavam do ar da noite, da sensação de aventuras. Todas tinham nada mais nada menos do que quinze, dezesseis anos, e estavam agora começando a aventurar-se pela madrugada a fora.
Chegando ao bar, sentaram em uma mesa do lado de fora, e logo pediram vinho. Alguns goles foram suficientes para deixá-las embriagadas, já que ainda estavam pouco acostumadas cm bebidas e já tinham tomando algumas outras coisas pelo caminho. Julia propôs que fossem sentar nos bancos da praça que ficavam de frente do bar, e onde se reunia a maior galera que curtia rock de Osasco. Todas então foram.
Em conversas sem sentidos, dessas que as pessoas falam besteiras para se descontrair e dar risada, Paola olhou para um banco da praça um pouco mais distante e foi então que o viu. Uma bela figura de um rapaz que aparentava ter vinte anos estava solitariamente sentado ali. Sua única companhia era uma taça de vinho, segurada de uma forma bem elegante. Ele vestia uma boina dessas francesas, um longo sobretudo bege. Parecia ter vindo de uma dessas velhas fotografias de filmes franceses. Seu olhar distante dava um ar misterioso que só completava o cenário belo que Paola via.
Ela intrigada em vê-lo sozinho a uma multidão de pessoas, todas acompanhadas, ficou mais curiosa a respeito daquela figura. Naquela época não entendia que as pessoas às vezes precisavam do ar da solidão para refletir e até mesmo encontrarem algum sentido no caos do mar da vida. Ainda não havia conhecido a amargura, tristeza ou problemas parecidos, era apenas uma garota no início das fases de descobertas. Comentou então com suas amigas sobre ele, todas o olharam, mas não viram nada de tão especial quanto Paola vira neles.
-È, ele é bonitinho é só- falou Tamires, a amiga mais velha da turma.
- Não é só isso. Não sei explicar a sensação que tenho ao vê-lo ali.
- Vamos chamá-lo de solitário? – Ligia falava, era a que inventava apelido para todos da turma.
Conversaram apenas instantes sobre ele e logo esqueceram o assunto. Exceto Paola que não conseguia esquecer a cena de quando batera os olhos naquele ser estranho. Um tempo depois, aparecia Recruta, um amigo punck das meninas.
- E ai gurias! Vamos para o fênix? Vai toda a galera para lá!
Elas então aceitaram e decidiram já ir, pois tanto o bar Led, quanto a praça já estavam quase vazios naquele horário. Foi mais uma caminhada de trinta minutos. Chegando ao lugar, alguns preferiram se acomodar na mesa do bar e outros, caso das meninas decidiram pegar umas garrafas de vinho e ficarem sentados na grama do lado de fora. Paola que se encontrava de costas para o bar só notou a presença do seu Estranho Solitário, quando Julia comentou:
- Paola, olha que está vindo ai!
Paola virou na pressa de ver quem era, achando ser algum conhecido tamanha empolgação que Julia deu a dar a noticia, ao se virar, porém deparou com aquela figura de sobretudo e boina novamente na sua frente. Quase jurou que ele vinha em sua direção, mas ao contrário, ele virou um pouco mais para esquerda, sentando na grama a distância de cem metros delas.
A noite ia alta afora e Paola não conseguia deixá-lo de observar um instante. Esse parecia nem notar que alguém o observava e se notava sabia disfarçar muito bem. Uma hora em que ela estava distraída conversando com Joe, um amigo que acabará de chegar Julia gritou:
- Ele olhou para você.
Ela então virou o rosto com rapidez, mas não rápido o bastante para vê-lo a observar. Quando o olhou, o viu contemplando a lua. Não deixou de transparecer frustração em seu rosto. Joe então intrigado com o comentário de Julia e a cara de Paola, perguntou:
- O que esta acontecendo?
- A Paola esta afim daquele menino sentando ali.
- Aquele sentado sozinho?
- È!
- Vou falar com ele! Paola se assustou, tentando o segurar, mas não obteve sucesso. Quando viu que Joe se aproxima de “Solitário”, pegou sua amiga Ligia pelo braço e foi se esconder no banheiro. Uma atitude totalmente infantil, mas que quase normal do comportamento tímido daquela época. Após algum tempo no banheiro, respirou fundo e de lá saiu. Saindo do bar, antes mesmo de atravessar à calçada viu Joe:
- Onde você estava?
-No... no..banheiro! O coração dela estava acelerado, suava frio, sentia uma leve dor na barriga que se contraia. Ansiosa por saber o que Joe falará com ele, e qual foi à resposta.
- Eu disse que você queria conhecê-lo, ele pediu que fosse até lá.
- Não tenho coragem.
- Quer que eu te leve até lá?
- Que... quero.
Joe tomou a mão da amiga e até achou engraçado notar que estavam geladas, sinais de nervosismo. Levou-a até onde o Solitário se encontrava e lá os deixou conversando. Conversaram por horas sobre coisas relacionadas à magia, universo, música, coisas que gostavam que odiavam. Paola acha que ele não queria nada com ela, além de conversar. Ficou um pouco desapontada, sem saber realmente o que esperava. Descobriu que o nome dele era Moisés, gostava de punck rock e classic rock, trabalhava, mexia com magia, era admirador da noite e amante da lua.
Mesmo estando do outro lado da calçada na grama, a música que rolava no fênix, era alto e dava para escutar nitidamente. Foi quando tocou Light My fire do The Door, que ele a olhou por um instante em silêncio, levando sua mão ao rosto dela. Um calor tomou conta de Paola a preenchendo por todo seu corpo. Era a primeira vez, mas tinha certeza que estava apaixonada por aquele ser misterioso a sua frente. Os lábios dos dois foram lentamente se encostando, até se tornar um beijo longo, profundo e calmo. Um beijo que transmitia paz e ao mesmo tempo euforia no coração dos dois.
Ao fim do beijo, Paola sentia se enfraquecida, como se toda sua energia tivesse sido roubada. Mas não era uma sensação ruim e sim algo nunca experimentado antes por ela. Foi assim que tudo começou, esse dia tornou-se o primeiro de um sonho de amor que achou que só existia em filmes, novelas e livros.
Nesse período de romance parecia viver em plena felicidade que nunca acabaria. Já havia passado um ano e três meses daquela primeira noite, e parecia que as coisas só melhoravam para os dois, que faziam planos de se casarem assim que ela atingisse a maioridade.
Em uma das muitas tardes que passavam juntos deitados sobre a cama, se amando e depois tendo longas conversas sobre o sentimento que os dominavam por completo, Moisés em um longo suspiro perguntou:
- Você aceita ser minha noiva?
Paola não acreditava no que ouvia, era um sonho mesmo. Como não aceitar ser noiva da pessoa que a completava? E que quando estavam juntos pareciam ser um único ser?
- Aceito!
Nessa época foi o início das angustias que Paola começou a passar. Pensando melhor em se casar, viu que ainda não conhecia nada sobre a vida e nem tinha curtido, como balada com os amigos, viagens e coisas do gênero. Será que estava mesmo preparada para casar? Não sabia se queria isso. Passou noites acordadas tentando se convencer de que o amor que sentia era mais forte do que viver qualquer outra experiência, mais não conseguia acreditar nas mentiras que inventava para si mesma.
Dias mais tarde percebeu que sua menstruação atrasará. Estava preocupada. Procurou um médio e quase caiu da cadeira, quando ele disse que ela estava realmente grávida. Saiu do consultório desolada. Vagou pelas ruas, sem coragem de voltar para casa.
Após quase um mês, decidiu que não iria adiante com aquele filho. Sentia medo, muito medo. O amor que sentia por Moisés se tornara ódio por algum período, sabia que a culpa não era só dele do que havia acontecido afinal ela também não havia feito nada para se prevenir. Mesmo assim não conseguia controlar a raiva que sentia.
Moisés sabia que ela estava grávida, mas desde que ela dera a notícia notara o comportamento estranho dela. Paola fugia dele o tempo todo inventando desculpas e mais desculpas, quando ele ligava pedia para que sua avó falasse que estava dormindo. E foi assim por um longo tempo, até decidir mesmo que não teria o filho.
Indo contra todos os seus princípios, abortou a criança, encerrando assim uma vida que surgia em seu ventre. Interrompendo o ciclo evolutivo do espírito que adormecido esperava o momento certo de abrir os olhos em forma de criança e conhecer a Vida. No dia do aborto, dormiu o dia inteiro, para tentar esquecer todas as aflições que vivera naqueles dias e que ainda viveria. O pior de tudo era se sentir sozinha e não poder contar para ninguém como se sentia.
Mergulhou em um estado letal de depressão. Escreveu uma carta encerrando seu namoro, e nunca mais o procurou, apesar de saber que ele tinha sido o seu primeiro amor. E de saber que o sentimento por ele, estava apenas adormecido.
Desse dia em diante mergulhou cada vez mais no poço absoluto da depressão, infinda em trevas. Garrafas de bebidas cada vez mais fortes, maços de cigarros, remédios antidepressivos, tudo misturado nas altas madrugadas frias em que andava sem nem um rumo pelas ruas. Nesse tempo conheceu muitas pessoas, algumas preocupadas querendo ajudar, outras que se uniam pelo elo da depressão e juntas fingiam ser felizes vivendo em libertinos momentos.
Mas ao voltar para casa, adormecendo muitas vezes com a própria roupa que usou para sair, jogada em uma cama fria e sem sentimento, que não a aquecia da falta maior, que era a falta de sentimento que cada vez a abandonava mais, nessas horas via que os poucos momentos que sorriu, dando gargalhadas eram apenas de puro desespero e não porque realmente se sentia feliz.
Aos poucos as lembranças foram dispersas e voltou novamente a completar a escuridão do seu quarto. Fazia dois anos que tudo aquilo havia acontecido e simplesmente não conseguia esquecer. Levantou de sua cama, seu corpo quase sem forças para caminhar, vagarosamente caminhou dirigindo-se a porta do quarto, que foi aberta com total cuidado para não fazer barulho. Desceu as escadas com um fantasma que vagava só e errante durante a noite, foi até a cozinha onde ficava a coleção de algumas facas belas. Pegou uma delas que veio de lembrança de Minas Gerais e voltou ao seu quarto.
Acendeu pela primeira vez em tempos a luz e olhou-se no espelho. Embora tivesse um pouco abatida pelas horas erradas de sono, bebidas e outras drogas. Era uma garota bela. Sorriu diante da ironia de se achar bonita no momento que planejava sua morte.
Com a faca na mão cortou um de seus pulsos, vendo uma de suas veias estourarem e jorrar sangue que se espalhava por todo o chão. Antes de executar até o fim seu plano, ligou seu rádio na Kiss FM e para sua surpresa tocava light my fire do the doors. Ela enfraquecida pela falta de sangue cantou baixinho:
- Kamon baby light my fire, fire...
Não conseguindo parar com os soluços de desespero. Com um último suspiro cortou seu outro pulso, e com o resto de suas forças fez cortes por todo o seu corpo como uma insana. Depois de algum tempo de sangramento, sentiu sua visão escurecer até sentir um mal estar e seu corpo cair tombando ao chão. Ainda não se encontrava morta, apenas inconsciente.
2
Samuel como todo vampiro, caminhava nas ruas desertas de Osasco, procurando uma vitima para poder saborear o liquido vermelho que o mantém vivo, imortal por tantos anos. Entrou em uma das travessas da Avenida Novo Osasco, que devia estar mais deserta. Olhou a placa que nomeava o nome da rua, sempre teve essa mania, de saber o nome dos lugares por onde passava. A rua chamava-se Boaventura Valério de Miranda. Foi subindo por ela, até se deparar com uma praça onde alguns garotos estavam sentados conversando. Embora estivesse com fome não queria atacar um grupo e sim uma única pessoa.
Sentou na praça, observando, foi então que sentiu um forte cheiro de sangue vindo da casa que estava do outro lado. Olhou para casa, muitas plantas na garagem, um portão cinza acabado se ser pintado. No andar cima de onde vinha o cheiro, uma janela gradeada. Com seus poderes vampiricos em poucos minutos se encontrava frente à janela flutuando. Os garotos na rua devidamente hipnotizados para continuarem com o que estavam fazendo, sem notar a presença de um estranho voando por ali
Com sua força descomunal, arrancou as grades e arroubou a janela. Se alguém o estivesse observando ficaria surpreso, em notar que nem uma dessas ações fez barulho, tudo em silêncio e sutileza. Ao entrar no quarto deparou com o corpo de Paola caído ao chão. Olhou o quarto da garota, e sentiu o ar de depressão ao redor de tudo ali. Pegou o corpo que estava morrendo aos poucos no colo e o pousou sobre a cama, de lençóis vermelhos. Embora os cortes, e as feições cansadas era uma bela adolescente.
Sua fome o apertava cada vez mais, embora achasse uma crueldade acabar com o último sopro de vida daquela pobre menina, que perderá o rumo das coisas. Normalmente não sentia dó de ninguém, mas ficou deprimido ao ver uma cena tão triste.
Levantou a cabeça dela, afastando o cabelo para o lado. Tocou na pele macia da garota, ela estremeceu, com o contato frio, embora não tivesse consciência do que a fazia sentir frio. Paola estava desacordada, e as reações eram apenas de seu corpo.
Ele ao vê-la estremecer, beijou levemente sua pele, e foi até sua boca. Lentamente beijou seus cortes tentando sorver um pouco do sangue restava por ali. Pousou então seus dentes afiados no jugular e deu a ela seu beijo de morte.
Ao terminar de saciar sua sede, já se encontrava na janela, pronto a ir embora, quando voltou sentando na cama onde se encontrava Paola. Umas perguntas percorriam rápido sua mente. Será que daria tempo de salvá-la? Será que ela queria ser salva? Olhou no relógio do garfild em cima da estante, os ponteiros anunciavam 04h49min, logo amanheceria e ele não teria tempo de fazer o que planejava. A não ser que... Seria loucura, mais resolveu arriscar, jogou seu sobretudo sobre o corpo da garota e voou com ela para seu esconderijo.
Lá chegando, tratou de cortar seu pulso e deixar algumas gotas de sangue cair sobre os lábios de Paola. Sabia que já era tarde para ela por si própria conseguir absorver o sangue que lhe davam. Aos poucos o corpo dela estremecia, tendo reações. Ele então encostou seu pulso aos lábios dela que sugou o máximo de sangue que pode, até arrancarem o alimento de perto.
Samuel queria vê-la acordar, mas o dia amanheceu e seu sono de transe tomou conta, sem que ele pudesse lutar. Fechou os olhos então e dormiu o sono dos malditos.

3
Mais uma noite caia, imperando escuridão pelas cidades. Samuel abriu os olhos, correndo- o em direção onde deixará Paola ontem. Ela ainda dormia, ele resolveu alimentá-la novamente, fazendo o mesmo processo da noite anterior.
Paola abriu os olhos e para sua surpresa um homem desconhecido a olhava. Não sabia por que mais sorriu para ele, que ficou espantado com o belo sorriso dela. Não entendia como alguém que tentou acabar com a vida, em um último e avançado sinal de depressão conseguia sorrir lindamente daquela maneira.
-Despertou bela adormecida!
- Onde estou?
- Você lembra alguma coisa que aconteceu ontem?
- Lembro de ter dado fim a minha vida, e um anjo ter me buscado. Sabia ser um anjo, pois quando abri meus olhos estava sendo carregada no colo por ele, voando por entre a cidade.
-Você não morreu!
- Como? Ainda estou viva? Aliás, quem é você?
O sorriso no rosto de Paola diminuiu ao saber que sua tentativa fora frustrante. Ela olhou em seu corpo, mais não tinha nenhuma ferida dos cortes feitos na noite passada. Será que ela estava ontem por algum efeito de droga? Acabará sonhando com seu suicídio? E quem era aquele cara na sua frente?
Samuel ao ler os pensamentos delas, riu:
- Garota curiosa você, quantas perguntas fez e quantas outras quer fazer. Irei te responder. Primeiro meu nome é Samuel, mais pode me chamar de Samy e o seu?
- Paola!
- Paola você acredita em vampiros?
- Sou viciada em livros, filmes, mas não acredito que eles possam existir.
- E se eu dissesse que eles existem?
-Diria que você é um lunático!
Samuel respirou fundo, e cortou um pedaço seus lábios com suas próprias presas. Paola ao ver o sangue não se conteve, correu em sua direção o dando um longo beijo, ardente e ao mesmo tempo doloroso, já que o intuito era saborear o vermelho líquido que escorria da boca dele. Ele com sutileza a afastou de si:
- E agora acredita em vampiros?
- O que está acontecendo?
- Te encontrei quase morta ontem anjo. Queria apenas saciar minha sede mais resolvi trazê-la comigo e te trazer do mundo dos mortos. Agora é uma vampira.
- Uma vampira? Vida eterna? Se tudo o que eu queria era deixar de viver! Filho da puta, por que não me deixou morrer?
Paola o socava descontrolada, ele firmemente segurou seus braços e a olhou. Ela olhou tão profundamente para aqueles olhos verdes a sua frente, que se acalmou. Num impulso o abraçou. Há quanto tempo não sentia o calor de um verdadeiro abraço? Samuel a beijou mais uma vez:
- Você tem a escolha de me deixar ou seguir comigo. Ensinarei-te os cuidados que deverá tomar e como ser uma vampira.
- Irei com você.
Os dois se deram as mãos. Talvez ainda não se amassem, mas no fundo os dois eram iguais, ligados pelas trevas. Ela já havia mergulhado nesse mundo desde o dia que deixou a depressão tomar conta e ele desde o dia que receberá o abraço mortal.
Juntos seriam luz, uma ponta de luz na escuridão.

sábado, 13 de setembro de 2008

A Noite é para os Amantes - por Adriano Siqueira

Estar naquela mesa ao lado dela acariciando os seus cabelos ao som do Whitesnake deixava um ar de prazer e satisfação. Me sentia um homem de sorte envolvendo-me em seus braços e abraços.
As vezes eu engasgava e algumas palavras não saiam. Mas era por causa do meu sentimento de querer mais, de possuir mais.
Eu sabia que nao podia ficar tão envolvido... Eu Sabia?... Não queria saber queria era mais e mais e não importava mais nada a não ser estar ali aproveitar cada segundo daquele momento tão extraordinário e inexquecível.
Cada um de nós tem a sua própria vida mas quando estamos juntos é como se as nossas vidas não importasse naquele momento.
Em cada beijo eu escutaca as cadeiras e mesas caindo, os sons de algumas pessoas gritando de dor po prazer não importava... Eu só tinha olhos para ela naquele momento.
Ela estava me falando de tudo do nosso passado as vezes coisas que a deixavam triste outras que a deixavam muito feliz por lembrar. Mas o importante é que eu queria que aquela noite fosse a melhor de todas.
Os homens e mulheres estávam jogados no chão, o banquete de sangue era tão intenso que cheguei a ficar com água na boca... mas era também por causa dos seus beijos. Beijos que me tocavam a alma. Senti novamente o toque do amor. ó ela conseguia fazer isso. Tocar em mim... Por dentro. Uma magia que só ela sabia como fazer.
Sinto o sangue de todos naquela bar... O cheiro me enchia de prazer.
Um dos garçons que limpava a sua boca do sangue dos fregueses se aproximou e anunciou:
- Lord, o banquete está servido!
Eu agradeci e ela, sorrindo disse:
- E a banda que toca?
- Vamos poupá-los! Afinal... Eles tocam rock and roll.