domingo, 12 de outubro de 2008

Desconhecido. - Por Denny Guinevere Du Coudray


A bela jovem apoiava as mãos delicadas sobre o vidro que a separa do mundo complexo, lentamente encostou seu rosto junto às mãos e desatou a chorar compulsivamente. As pessoas que por ali passavam observavam-na com certa admiração e indagavam-se para si mesmas. “Como uma mulher tão bela como ela, poderia ficar tão triste? Certamente ela seria capaz de alcançar o céu”.
Laurem enxugou a face e contemplou o céu estrelado antes de cair ao chão batendo fortemente a cabeça no que resultou rapidamente numa possa de sangue entre seus cabelos longos e da cor do sol; os olhos azuis da jovem permaneciam abertos e fixos na estrela que brilhava para ela minutos antes do ultimo suspiro ser proferido dos lábios outrora rosados da jovem agora falecida.
O coração de uma mulher é como um oceano revolto. E Laurem sabia que o fim se aproximaria já que abandonara a vida que tanto amou um dia, o resultado de seus pensamentos pecaminosos não tardou a se realizar, a morte veio buscar-lhe, e levou a jovem para um lugar desconhecido, para onde todos nós iremos um dia.
O mundo silenciou-se ao sentir a vida de Laurem se esvair do solo terrestre, os anjos choravam naquele instante com o desapontamento de perde-la sem lutar. Junto com as lagrimas desabou sobre a terra pequenas gotas que lavavam o solo fértil, gotas de chuva mescladas com lagrimas dos anjos e do Senhor de todo universo que lamentava a morte da jovem Laurem.

__ Talvez, eles não saibam. Mas, lamentamos a perda de cada um deles, esta jovem tinha muito que conquistar – disse Arcanjo Miguel para o anjo Serafim.
__ Com certeza. Haverá justiça entre os homens, e notarão que se não se unirem morrerão todos sozinhos. Sempre estivemos aqui, mas nunca fomos ouvidos. – Completou Serafim.
E por eles passou Laurem que acompanhou a Morte em sua nova jornada. Morrer era imprevisível. Aceitar a morte da bela jovem que poderia ser a salvação de muitos, impossível.
E um grito ecoou na eternidade.

Um comentário:

Eflúvios Sepulcrais disse...

Lindíssimo Denny, com certa carga de emoções, mas ao mesmo tempo muito suave...
parabéns...

beijos