quarta-feira, 30 de julho de 2008

o Sexto elemento- por Camila Bernardini



"Cavaleiro Valente é um personagem criado por Adriano Siqueira e esta história foi autorizada pelo autor."


Valente abriu seus olhos, estava deitado no chão frio e úmido de uma gruta. Pela escuridão, só poderia ser noite. Seu corpo estava meio dolorido, juntando com o peso da armadura, teve dificuldades para se levantar. Após algum esforço, estava de pé, caminhando pela gruta, arriscando se, já que não sabia que direção tomar, a escuridão era absoluta.
Foi caminhando, até ver uma abertura por entre as pedras, do outro lado podia ver o brilho da lua e das estrelas que iam alto o céu. Julgou que ali seria a saída, e continuou caminhando nessa direção. Quando finalmente chegou à abertura, já pode sentir a sensação de liberdade, o vento soprando levemente, o canto dos grilos e pio de corujas. Olhou a paisagem a sua volta, muitas árvores enormes, de mata fechada. Estava em uma floresta, onde parecia ser o único habitante, além claro dos animais e das aves que assobiavam.
Valente decidiu caminhar por entre a floresta. Colocou a mão em sua bainha, verificando assim que sua espada Goldor estava com ele. Assim lentamente começou a caminhar, entrando cada vez mais na intensa mata, perdendo-se dentro do coração daquela floresta. A escuridão da noite fazia com que as coisas se tornassem mais sombrias, e confundia Valente. Até as sombras pareciam assustadoras, e cada novo barulho era motivo para que ele entrasse em posição de defesa. Muitas vezes suas mãos foram de encontro a Goldor, a apertando com força, pronto para retirá-la e lutar com inimigos, logo se acalmando e vendo que eram apenas ilusões provocadas por aquele lugar.
Após quase uma hora caminhando, chegou a um lugar estranho, muito parecido com aqueles antigos templos gregos, onde pessoas se reuniam para cultuar algum deus. Na porta desse local, duas tochas queimavam, iluminando um pouco mais o cenário. Ali, o silêncio era total, assustador. Parecia que os animais noturnos tinham fugido dali, que o vento não tinha forças de balançar as folhas da árvore. Nada emitia som, Valente escutava apenas sua respiração e as batidas descompassadas de seu coração.
Ficou intrigado com aquele templo, e já muito curioso para saber afinal, onde estaria. Em que mundo tinha caído dessa vez. Alguns segundos foram o bastante para se decidir, entrou no templo, avistando um longo corredor, cheio de tochas iguais a que tinha visto do lado de fora. As paredes do corredor eram cobertas por desenhos estranhos, todos incluindo uma mulher. Valente retirou uma das tochas do lugar e aproximou-mais dos desenhos, curioso, tentando decifrar o significado de algum deles. Muitas luas, em todas as suas formas, mulheres vestidas com túnicas brancas, fogueiras, e outros desenhos incompreendidos para ele. Continuou caminhando, adentrado mais para dentro daquele lugar estranho. No fim do corredor, uma porta dourada, reluzente de ouro estava fechada. Com todo cuidado possível, para não fazer ruídos, abriu a porta.
Passando para dentro do novo recinto, ali, a luz era um pouco mais fraca. Apenas as chamas de cinco velas iluminavam. Uma vela vermelha pousada no lado norte do local, uma vela azul no lado sul, uma branca no oeste, uma marrom no leste, e uma vela preta junto com as outras cores no centro do lugar. Muitas almofadas também coloridas se espalhavam pelo resto do chão, e um aroma de flores por todo o local. Valente estava admirado com o que via, e cada vez com a curiosidade mais aguçada. Foi então, que escutou risos vindo, de uma outra porta, que até então não tinha reparado. Correu, tentando se esconder atrás de um enorme baú que estava em um dos cantos, onde a vela preta queimava bem perto. A porta se abriu, e entraram cinco mulheres, todas com uma beleza fascinante. A mulher que sentou no meio podia sentir a presença de um homem entre elas, mas também sentia seu coração e via que era alguém com uma essência boa, de energias positivas, decidiu deixá-lo ver o que aconteceria ali. Fechou os olhos, pedindo proteção para a Grande deusa e começou o ritual:
-Apresentem-se a grande mãe!
A primeira mulher, sentada ao norte, pegou a vela sobre suas mãos, usava um longo vestido vermelho, que dava um ótimo contraste a sua pele branca, cabelos negros, compridos e lisos. Um olhar marcante, sedutor era o que mais chamava a atenção em seu rosto:
- Sou Malina, filha do fogo!

A do sul vestia-se com um longo, sobretudo preto. Era magra, alta, branca, cabelos lisos e pretos.
-Justine, filha da água!
Foi à vez então da mulher do lado oeste, loira, cabelos cacheados, compridos. Pele branca, um sorriso que cativaria até a pessoa mais rude que o visse. Usava um vestido curto, branco, que delineava muito bem suas formas.
-Denny, filha do ar!
A última e tão bela quanto às outras, vestia-se com uma longa saia preta, e uma tomara que caia vermelha, era morena, cabelos cacheados, magra, estatura pequena.
-Èrica, filha da terra!
Por fim, a do meio, que havia começado a cerimônia, segurou sua vela, fechando os olhos. Ela usava um longo vestido medieval, azul. Seus longos cabelos vermelhos e cacheados, a pele alva, magra.
- Sou Judite, o quinto elemento. Filha de éter.
Valente estava impressionado como o que via. Nunca tinha visto tantas mulheres bonitas reunidas em um mesmo lugar. As cinco deram as mãos, suavemente cantando, p que trazia, mas energias ao local. Terminado a música Judite falou as outras quatro:
- vamos, está na hora de salvarmos a parte da floresta, onde os madeireiros estão nesse exato momento cortando mais de nossas árvores. Mas antes, peço, que o nobre cavaleiro que se esconde, apareça.
Valente, meio envergonhado, saiu de trás de seu esconderijo. As cinco mulheres o olhavam, com ar de interrogação. Iam questioná-los, quando mais uma vez Judite ordenou que elas fossem proteger a floresta. Todas saíram deixando os dois a sós. Valente então, que já estava louco para saber onde estava pronunciou o nome
-Jade
O corpo de Judite então se iluminou com uma luz azul, logo ela prendia os cabelos em um rabo de cavalo e sorria:
-Você, está em um trecho da floresta Amazônica Valente. No templo de cinco bruxas, que juraram proteger a floresta contra o desmatamento, e qualquer outra coisa que pudesse prejudicar. Elas foram agora, em um acampamento de madeireiros, que estão cortando centenas de árvores todos os dias. Pretendem acabar com eles.
- Vamos ajudá-las!
Jade e valente saíram do templo então, seguindo as outras protetoras, rumo ao acampamento.
Muito dos homens dormiam, e outros jogavam conversa fora ao lado de uma fogueira, quando tudo começou. A fogueira aumentou o dobro do seu tamanho, e nuvens pesadas e densas começavam a deixar grossas gotas de água de chuva cair, estranhamente só não caindo no local, onde a fogueira estava acesa. O vento era forte, derrubando tudo ao redor, até os tratores e caminhonetes começaram a tombar, e um tremor na terra completava o cenário paranormal de tudo que cercava aquele espaço. Os homens que dormiam, acordaram assustados. Um deles conhecido como Tigre por sua enorme tatuagem nas costas, olhou para o céu e gritou para que os outros homens olhassem.
Quatro mulheres flutuavam no ar, cada qual delas com uma luz diferente. Quando elas notaram, que todos já haviam percebido a presença delas começaram devagar a descerem, até seus pés descalços encostarem-se a terra. Todas possuíam uma espada, e agilmente começaram a desferir golpes naqueles homens. Sem piedade, pois eles não sentiam nada, ao destruírem árvores, a cortarem uma forma de vida, vida ainda que permitisse que os humanos sobrevivessem, exalando o tão precioso oxigênio. Muitos dos homens já estavam mortos, outros fugiram assustados, os que fugiam nunca mais voltam, ou acabavam sendo engolidos pela imensidão da floresta.
Valente e Jade observavam tudo, nem notaram que Tigre tinha os visto, e procurava uma arma para matar Valente. Vendo-o como único homem no meio das mulheres, achou que ele era líder, o que tinha mandado aquela ação. Tigre então achou um revólver e disparou contra valente inúmeras vezes, até que a armadura dele não suportando mais o choque, abriu-se, e uma bala entrou, passando ao lado de seu coração. Jade gritava, chorando. Mas dessa vez iria se vingar antes de ir embora. Pegou a Goldor e pronunciou:
- Goldor lança.
Correu até o homem que atirou em Valente, ele desesperado tentava recarregar sua arma, ma não teve tempo. A lança perfurou seu coração, fazendo o tombar já sem vida no chão.
As quatro protetoras penalizadas com a cena desceram para ajudar valente, mas o corpo dele já havia desaparecido. Olharam para Judite, que também já tinha voltado a ser ela mesma. As cinco então se abraçaram e voltaram ao templo. Onde de escondiam e ganhavam cada vez mais forças para não deixar ninguém destruir a natureza que as cercavam. E nunca esqueceriam aquele estranho acontecimento, de um homem tão diferente, ter presenciado o que elas fariam. Talvez fosse um sinal de que as coisas começavam a mudar, e que o homem perceberia o erro, em destruir com tudo que julgassem estar no seu caminho.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Bem vinda às trevas – Parte 2 – por Adriano Siqueira




Continuação do conto criado por Camila Bernardini.

Bruna passava por uma noite singular. Caminhava pelos pequenos corredores do cemitério. Observava detalhadamente o local. Seus olhos podiam ver com maior intensidade. Mesmo os locais mais escuros pareciam muito nítidos para os seus olhos. Ao seu lado caminhava o vampiro que havia transformado em uma criatura noturna. Ele comenta:
- Hoje será a sua primeira noite por isso, muitas coisas estarão diferentes para você!
- Você mora aqui? Pois se mora deve ter um harém já que ataca todas as mulheres que por aqui passam.
- Para dizer a verdade eu nunca as transformei em vampiras. Você é a primeira. Eu costumo chupar o sangue até que morram e depois corto a cabeça para não se transformarem em vampiras.
- Jeito simples de não ter concorrentes.
- Você me irrita com sua ironia e insolência. Começo a pensar se ainda é uma boa idéia mantê-la neste estado vampírico. Saiba que este dom é para poucos.
- Preferia ser uma cantora de rock ou uma escritora. Uma vampira não deve se divertir muito em um lugar como este.
- Pois saiba que eu tenho um reino aqui. E eu comando todas as criaturas da noite.
- Poderia ao menos comandar bons alfaiates já que sua roupa está um pouco rasgada.
- Para sua informação este terno é francês.
- De que século?
- Chega! Mais uma destas piadas irônicas e eu corto a sua cabeça.
- Calma Vampiro! Estou apenas tentando me divertir um pouco por aqui. O ambiente que estamos devemos ter um pouco de diversão. Afinal qual é o seu nome?
- Damien Dark e o seu?
- Bruna.
Damien para em frente a uma casa bem no meio do cemitério ele aporta para a porta e diz:
- Bom Bruna Bem-vinda ao meu lar. Meu castelo meu...
- Muquifo? – Bruna ri.
- Pensei que os vampiros tinham castelos.
- Os tempos mudaram. E eu considero esta casa como meu castelo.
- Tudo bem! Não fique irritado. O que importa são as goteiras não caírem nem na cama e nem na mesa.
- Bem.... Na mesa não cai.
- Que bom Sr. Damien.
- Não tenho mesa.
- Ah.
- Bom então acho que devemos dar uma boa olhada neste seu... “Castelo” começando por... – Bruna olha a vassoura e depois olha para o Damien e continua. - Onde está o vinho?
- Vinho? Eu pensei que você iria dar uma faxina no meu castelo.
- Esta vendo estas mãos aqui...
Damien tenta pegar na mão da Bruna mas ela puxa rapidamente.
- Olhar... Não tocar!
- Sim estou vendo Bruna.
- No dia que você me ver com uma vassoura na mão eu serei uma feiticeira e não uma vampira entendeu?
- Entendi sim ser diabólico.
- Então seja um vampiro bonzinho e me leve para passear. Pois estou com fome e com vontade de beber... mas antes! Vamos ver uma roupa de verdade para você sair.
Bruna e Damien vão até a cidade e entram na loja de ternos depois de meia hora eles saem com o vampiro muito bem vestido. Então Bruna pergunta:
- Por quê hipnotizou o vendedor para achar que você pagou o terno.
- Porque assim eu economizo.
- Vai me dizer que além de não ter castelo você também não tem dinheiro.
- Não sou um vampiro que liga para coisas materiais.
- Para que você liga então.
Damien olha para Bruna e depois de algum tempo diz.
- Gosto de ver uma mulher bonita.
Bruna dá um sorriso e segura na mão do Damien e comenta:
- Sabe Damien. Você acabou de fazer um ponto.
- Então vamos em frente. Conheço uma casa noturna muito agradável para nos conhecermos melhor.
- Você esta começando a falar a minha língua.
Logo que eles chegam na casa noturna o segurança barra-os na entrada e pede para ver os documentos. Damien responde:
- Somos vampiros não precisamos de documentos.
- Então mostre os caninos.
Damien agarra o segurança e ele tenta gritar mas Bruna coloca a mão em sua boca enquanto o Damien suga o seu sangue e logo em seguida joga o seu corpo para trás do balcão. Logo em seguida ele beija a Bruna pegando-a de surpresa mas quando ela sente o sabor do sangue em sua boca ela beija com intensidade e o abraça.
- Você beija bem Damien.
- O negativo!
- Não entendi.
- O sangue é O negativo. Se fosse O positivo a intensidade do beijo seria ainda maior.
- Quer dizer que o tipo do sangue pode diferenciar o beijo?
- Isso mesmo Bruna. E para sentirmos outras coisas com maior intensidade, precisamos de uma variação de, pelo menos, 3 tipos de sangue.
- Isso é bem curioso.
- Venha vamos nos alimentar aqui dentro.
Os dois entram e logo em seguida na pista existem duas mulheres dançando agarradas a um cano de ferro.
Bruna se aproxima de uma delas e a atenção sobre a dançarina a deixa excitada. Damien aprecia em silêncio.
Bruna segura o cabelo da dançarina e ela olha assustada e depois de alguns segundos continua a dançar hipnotizada sem se importar com os toques da Bruna.
Toca em muitas partes do seu corpo por algum tempo e empurra os cabelos para um lado deixando o seu pescoço a mostra.
Ela dá um beijo no pescoço e a mulher da um sorriso. Ela dá outro beijo e logo em seguida morde profundamente o seu pescoço não dando reação para a mulher gritar. Seus olhos vão fechando aos poucos e ela segura a mulher para não cair. Damien faz o mesmo com a outra dançarina. Depois de se alimentarem por algum tempo eles se abraçam e se beijam. O sangue em suas bocas é misturado causando muito prazer no beijo. Seus toques ficam mais íntimos eles começam a dançar bem colados. Bruna entende a magia de experimentar essa variedade de sangue. Ela fica excitada e Damien aproveita a cada segundo todo o êxtase daquele momento.

Amor Imperfeito (Homenagem á um grande amor) - Por Denny Guinevere Du Coudray


Maddy olhou em volta tentando discernir o local do qual se encontrara. Há Quanto tempo estava ali? Porque somente agora ela dera conta do quando havia se afastado de casa?

Sentiu as lágrimas rolarem pela sua face indagando seu sofrimento que habitara em seu coração nos últimos tempos.

Maddy passou as mãos pelos cabelos como se quisesse afastar as lembranças que teimavam em surgir em sua mente atormentada. Viu a imagem que tanto lhe perseguia, Violet era magnífica, meiga, carinhosa, rosto angelical e uma onde de mistério a rondavam.

Maddy e Violet se conheceram através de um amigo em comum entre elas, ficaram amigas no primeiro instante e foram se comunicando pela semana.

Maddy sempre fora fria em relação a sentimentos e não gostava de se envolver com ninguém, porém, Maddy encontrou em Violet o que ela mais procurava: alguém que fosse como ela e que conseguisse ultrapassar os muros de seu coração aos poucos.

Maddy assustou-se com a facilidade de Violet ao ludibriar sua frieza, e sua inocência aparente haviam-na cativado inteiramente.

No primeiro encontro as duas pareciam grandes amigas, talvez se alguém chegasse perto poderia notar nos olhos de ambas um brilho malicioso que começava a surgir ao se tocaram levemente pelas mãos em um gesto de afeto e carinho.

Maddy apaixonara-se logo de primeira, entregou-se ao desconhecido e ao amor da menina que estava á sua frente. Esqueceu-se, porém, de que talvez ela guardasse algum amor não correspondido ou algo do tipo. No dia seguinte eufórica Maddy procurou o telefone e discou o número.

Uma moça atendeu.

__ Alô.

__ Olá, gostaria de falar com Violet. Ela se encontra?

__ Sim, Vou chamá-la.

__ Obrigada.

A moça do outro lado não sabia o que se passava naqueles minutos que se seguiam, Maddy queria mesmo falar com ela e tinha pressa em saber o que Violet a diria sobre o que iria pedir. Um, dois, três minutos e nada dela, “Atenda Violet!” – pensava ela.

__ Alô?

__ Oi. Estava te esperando. Precisamos conversar.

__ Desculpe a demora, eu estava lendo. Aconteceu algo?

__ Quero lhe fazer uma pergunta. Reflita e quando achar que deve me responda.

__ Você esta me deixando assustada. Pode dizer.

__ Nos conhecemos há pouco tempo e sinto que existe algo entre nós. Sempre fui de arriscar e quero saber se arriscaria comigo. Violet quer namorar comigo?

Ficaram em silêncio por alguns instantes e foi Violet quem quebrou o silêncio.

__ Claro que aceito. Sinto o mesmo por você e gostaria de estar ao seu lado retribuindo seu sentimento.

Maddy não acreditava no que ouvia, por dentro pulou de constante alegria. A conversa fluiu naturalmente e as duas mostravam-se alegres e felizes.

Violet estava passando por uma situação delicada em sua residência com seus familiares, Maddy esforçava-se para compreende-la e dar apoio a ela, mas algo dentro de Maddy dizia coisas horríveis que ela tentava esquecer.

Ela tentou conciliar o sono, mas foi impossível. Sentia-se agoniada e triste, levantou-se e colocou suas vestes. Abriu o portão e saiu sem destino e sem avisar ninguém.

Caminhou pelo bairro que tanto odiava, como podia sentir este sentimento tão ruim? Se Violet demonstrava sentimentos recíprocos porque se preocupava tanto? Do que temia?

Caminhou sem destino, queria esquecer a distancia que as separava, cada vez que os problemas de Violet apareciam com certa força, ela saia com os amigos demorando a regressar para os seus. Maddy queria estar ao lado dela e sentia-se enciumada, não por não ter confiança na garota, mas por ver os amigos dela fazendo o que ela desejava fazer.

Quando se deu conta, Maddy se encontrava num bairro vizinho. Colocou as mãos no bolso e viu que estava sem dinheiro, revoltou-se ao lembrar que esquecera de pegar o dinheiro em casa.

Sobressaltou-se. Estava sem blusa de frio, sem dinheiro e sem saber onde realmente estava. Chorou descompassadamente, porque seu amor era tão dorido? Porque sentia tão insegura?

Maddy começou a arranhar o corpo, queria livrar-se da sensação de abandono, tirou a blusa e arranhou seu corpo com as unhas tentando arrancar a pele inutilmente.

Entrou em desespero.

“Não sei mais o que fazer. Violet salva minha alma deste tormento!” – Maddy caiu ao chão ensangüentada. Permaneceu por tanto tempo que o frio, a fome, a solidão foram se fundindo com suas lágrimas.

De repente ouviu passos em sua direção, sentiu medo, mas não se moveu. Fosse quem fosse, não importava mais. Maddy fez uma prece em silêncio e agradeceu pelas oportunidades que seguiam o percurso natural, pena ela não poder mais usufruir as belezas mundanas.

“Vou morrer! Sinto-me sufocada e pressinto o momento decisivo do qual não poderei argumentar. Queria que Violet soubesse que a amei, e que foi o medo de perde-la que me fez morrer nos braços da esperança”.

Maddy já não mais sentia medo, conseguiu notar a presença de um belo rapaz. Ele abaixou-se perto dela deitada ao chão, ela não conseguia se mover. Ouviu ele dizer antes que desmaiasse.

__ Esta tudo bem? Precisa de ajuda?

Violet zelava pelo sono tranqüilo do qual Maddy aproveitava, suspirou triste. O que teria acontecido com sua namorada? Estava difícil pra ela, sua família passava por mudanças e ela tinha que agüentar a barra de seus familiares fazendo-se forte. Acariciou os cabelos de Maddy, na hora em que mais precisava haviam-se encontrado, não podia contar com ninguém no mundo, mas havia Maddy que conquistara seu coração incansavelmente.

Tinham um relacionamento a distancia, era penosa a situação, mas ela se conformava. Ter ela ao seu lado era como se fosse um escape para um mundo cor de rosa, Maddy mostrava um amor real e quente em suas veias e Violet gostava de sentir-se assim. “Estarei sempre com você meu eterno amor”.

Imersa em pensamentos de lembranças carinhosa e intensa que passara ao lado de Maddy, Violet não notou que ela havia recobrado os sentidos e a olhava com certa indagação.

__ Onde estou?

Violet sorriu ao vê-la acordada. Beijou-lhe os lábios calorosamente.

__ Foi encontrada nesta manhã por um rapaz que a trouxe ao hospital, viram um papel com meu número em seu bolso e me ligaram avisando o que tinha ocorrido.

__ Não deviam ter-lhe incomodado. Vou reclamar com o supervisor.

__ Maddy o que esta havendo?

__ Eu a amo, mas este amor me trouxe medo de perdê-la. Não consegui dormir e experimentei uma sensação em puro transe esta madrugada. Sentia frio, fome, cansaço, vontade de te ver, desejei morrer. Tentei arrancar minha pela para aliviar esta sensação de perda, queria tirar meus órgãos para entrega-los a você. Dei-lhe não somente meu coração, mas todos os órgãos que estão dentro de mim. Coração, fígado, estomago, rins... São todos seus.

Violet chorava emocionada, se preocupava tanto com seus problemas que não via o que sua namorada estava passando, a guerra que havia travado em sua alma.

__ Não precisa Maddy.

__ Hoje, percebi que se eu a amo como digo lhe amar, tenho que mostrar que meu desejo não é somente carnalmente. Está livre Violet, não vou tentar acorrentar seu amor, fiz as coisas erradas e preciso me recuperar do tormento ao qual me forcei. Coloquei você em meu futuro sem me preocupar com o que desejava, por mais que me diga o contrário, sinto um mistério rondando você, um amor do qual você ainda não esqueceu.

__ É com você que estou. Não precisa fazer isso.

__ Não sou eu quem você ama. Devia lutar pelos seus sentimentos, quero vê-la feliz. Daria qualquer coisa pra te ver bem. Mas estava agindo de forma errada tentando acorrentá-la a mim. Esta livre Violet. Entrego-te de volta ao mundo de onde nunca devia ter saído.

__ Maddy eu quero estar com você, quero que demos certo.

__ Você não me liga, não me procura. Todo dia fico ansiosa pra ver se você havia mandado uma mensagem. Por um tempo deixei as coisas assim, parei de ligar. Pensava que se você ao menos sentisse algo, você me procuraria. Porém, os dias foram passando e você manteve-se longe não somente na distancia, mas entre nós. Sei que está difícil pra você e quero estar do seu lado, mas quero saber se sente o mesmo.

Violet permanecia muda, entra lágrimas e soluços desabou em seu pranto dorido. Maddy esperou-a se recompor, se ela pudesse levaria Violet consigo para cuidar dela como deveria ser cuidada por alguém.

__ Eu a amo Maddy. E não sabia que se sentia assim, você esta em meu pensamento, em meus dias, em meu cotidiano. Basta fechar os olhos para sentir o gosto dos seus lábios.

Violet parou por um instante.

__ Vamos recomeçar. – disse por fim.

Logo em seguida o médico veio dar alta para Maddy, elas aproveitaram e foram andando de mãos dadas beirando as lojas que se estendiam por elas.

Maddy observou Violet que sorria ao mostrar-lhe as roupas que planejava comprar. Maddy estava imersa em pensamentos, ainda sentia o vazio em sua alma e sabia que algo misterioso habitava em sua amada.

Se fosse preciso ela seria capaz de abandonar seu amor, somente pra vê-la feliz.

Maddy sorriu, temia amar porque nunca havia amado antes, e não queria se separar dela. Ela iria se acostumar com este sentimento novo e não daria vazões para pensamentos negativos, queria que desse certo mais que qualquer outra coisa.

Sabia que este amor era imperfeito e não tinha noções do futuro, mas porque não tentar?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Bem vinda as trevas- por camila Bernardini


Bruna caminhava só por ruas quase desertas, quase sem iluminação. Olhou para o céu, a lua brilhava forte, estava magnífica, completa, do jeito que ela gostava. Continuou andando, sem rumo, perdida em pensamentos angustiantes. Já era altas horas da madrugada, por isso não estranhava a quietude dos lugares em que estava passando. Tudo era silêncio e solidão total.
Parou em frente um prédio espelhado, para ver o seu reflexo. Via uma menina branca, de quase 1,80, olhos pequenos, cabelos ondulados, compridos e vermelhos. Sabia ser bela, mas as preocupações a deixaram com algo diferente, um ar de tristeza a rondava, fazendo com que ela parecesse cansada. Sorriu para si mesma, e viu que o efeito do seu sorriso já não era tão forte como antes. Decidiu continuar sua caminhada noturna.
Uma voz sussurrou em seu ouvido para que fosse andar entre os túmulos do cemitério, onde estava próxima. Não sabia de onde vinha essa voz, mas achou ser seu subconsciente, pois era cética de mais para acreditar em coisas “fora do normal”. Olhou em sua mochila, viu duas garrafas de vinho e um maço de cigarros, tudo que precisava para passar o resto da madrugada.
Chegando ao cemitério, ficou um longo tempo olhando para o portão, dali de fora não conseguia enxergar muita coisa. Tratou logo de dar um jeito de entrar. Já lá dentro, pegou uma garrafa de vinho, sorvendo a em pequenos goles, pois queria estar sóbria ainda, para apreciar um pouco daquela arte tão obscura. Aquele cemitério, cheio de estátuas, sepulturas de incrível arquitetura e epitáfios que mais pareciam poemas para estarem em um dos livros dos poetas do mal-do-século.
Andando por entre as lápides, sentia-se em contato com o mundo da morte e da vida ao mesmo tempo, sabia que esse momento de solidão em lugares assim era para refletir e encontrar um motivo para continuar. Foi perdida em pensamentos que tudo começou, foi sentindo e escutando passos, que deveriam estar atrás dela, um pouco distante, mas não teve dúvida de que alguém estava a seguindo. Parou de andar, ficou congelada, paralisada pelo medo. Não conseguia dar passos para frente e nem olhar para trás, foi então que viu que o quer que fosse que estivesse também ali se aproximava. Estava perto. Seu coração bateu descompassado, foi então que correu. Corria sem nem saber do que, só queria estar segura. A garrafa de vinho escapou de suas mãos, caindo no chão, fazendo um barulho que a assustou mais ainda.
Queria continuar correndo, mas seus malditos pulmões não agüentavam mais, ou ela corria, ou respirava. Lembrou do cigarro em sua bolsa, e pensou: “Se eu sair dessa paro de fumar”. Encostou seu braço em um túmulo, estava frio... Frio como a morte que logo a alcançaria se ficasse ali. Tentou correr de novo, mais tarde de mais. Mãos a agarraram, segurando de tal forma que Bruna, não conseguia nem se mover. Ficou parada então, esperando o próximo passo desse estranho. Foi então que sentiu as mãos dele se moverem para seu pescoço, fazendo longo carinho ali, onde pulsava a jugular. Eram mãos frias, como de um cadáver. Ela sentia seu corpo tremendo, não sabia se era medo ou a repulsa de cada toque dele a sua pele.
O estranho então virou Bruna, para que ela pudesse olhá-lo de frente. Ela não se contendo gritou com o que viu. Parecia um homem normal, exceto sua pele excessivamente pálida e seus olhos que pareciam duas chamas vindas do inferno.
-Assustada Bruna?
A voz dele era mais sobrenatural ainda, uma voz como de um fantasma. De alguém que não precisava de ar. Ela não o respondeu. Ficou só o olhando, foi então que o viu sorrir:
- Sim está com medo, isso fará com que meu alimento seja muito mais saboroso. Sinto o cheiro de medo em você menina.
Bruna agora via duas presas pontiagudas, saindo de sua boca. Eram dentes de vampiros. Ele um vampiro? Não podia acreditar! Ela não teve tempo de pensar em mais nada, as presa logo alcançaram a pele de seu pescoço, perfurando-a. Era estranho, o medo tinha sumido, sentia um prazer, um êxtase estranho. Aos poucos sua visão foi ficando turva, sentia-se fraca até que desmaiou.
O vampiro sorriu, era uma bela garota, o medo dela o excitou mais ainda. Ficou olhando para aquele corpo no chão, seria desperdício deixá-la morrer. Ajoelhou-se perto do corpo imóvel de Bruna, e a beijou. Bruna aos poucos foi retomando os sentidos, sentindo o gosto de sangue. Sugou todo o sangue que pode daquele vampiro. Ele então a soltou e disse:
-Bem vinda às trevas!
Ela sorriu, já não sentia mais medo. Agora pertencia mesmo aquele lugar, vagaria naquele cemitério entre a morte, espreitando qualquer sinal de vida que ali passasse para saciar sua sede.

domingo, 27 de julho de 2008

Bondade Divina - Por Denny Guinevere Du Coudray

__ Por que o Senhor deixou as coisas seguirem este rumo? Onde estava no momento em que perdi a fé? – Francis gritava no meio da avenida em plena madrugada, seu lamento era constante e cruel. Talvez ela pensasse que se sua voz alcançasse os céus ela teria alguma resposta do criador malvado e sem coração, ao qual ela não acreditava mais.

A chuva caia molhando seu corpo, Francis não se importava com mais nada além do tormento que sentia em sua alma.

Seu corpo estava pesado, mal conseguia andar. Francis deitou-se no meio da rua, se um carro passasse seria bom que não a enxergasse, desejava morrer e ser esquecida no tempo, em suas veias não existia mais vida, havia somente o vazio e a solidão que se acorrentava a ela em sua crueldade.

Permitiu que as gotas de chuva molhassem seu rosto como se com este gesto da natureza a água pudesse levar seus sentimentos mais dolorosos.

Depois de chorar compulsivamente, olhou o céu estrelado e sentiu uma sensação renovadora, algo dentro dela não queria morrer, pelo menos não daquela forma. Francis tentou levantar-se, mas foi impedida pela fraqueza. Há quanto tempo não se alimentava? Difícil dizer. Sabia somente que não tinha forças para levantar dali.

Virou-se e tentou agarrar-se no asfalto, não tinha como mover o corpo. Francis foi rastejando até a calçada, suas mãos estavam fracas e seu corpo não estava agüentando seu peso. Cravou as unhas no solo tentando assim conseguir chegar em seu destino, lamentou por ter sido tão fraca e inútil durante esses anos todos. Conforme se movia lentamente sentia em seus dedos o calor de seu sangue escorrer juntando-se ao solo concreto.

__ Não agüento mais! Não sei a razão de ainda existir esperanças em mim, sendo que tudo acabou! Senhor dono de todo universo mostre-me que ainda posso viver!

Francis colocou as mãos sobre o peito, seus dedos sangravam e ela arranhava sua pele tentando arrancar de dentro de si, um amor falso, volúvel e destruidor.

Ela ainda sentiu seu sangue percorrer sobre suas roupas antes de desfalecer caindo no chão.

__ Ela vai sobreviver?

__ Ainda não sei, perdeu muito sangue e esta fraca. Viu como os dedos dela estão desfigurados? Parece que ela cavou o concreto com as próprias mãos. Pobre moça, devia estar completamente desorientada.

__ Doutor, faça sua parte e eu cuido do resto. Sinto-me meio responsável por ela, depois que estiver com mais força e clareza, eu a encaminharei de volta para sua residência, seja ela qual for.

__ Darei alguns remédios e ela ficara de observação. Deixarei uma enfermeira para guiá-lo em sua nova tarefa.

Josefh acompanhou o doutor, quando retornou ao quarto de hospedes onde a moça misteriosa repousava notou nela uma beleza nunca vista antes. Apesar de estar mal cuidada, e pelos ferimentos dava para notar o quanto era bela. Ele sentou-se ao seu lado, fazia três dias que encontrara a moça em frente sua casa. Comovera-se com a situação dela.

Josefh era um viúvo rico, não tinha filhos e nenhum herdeiro. Desde que sua esposa morrera ele não se julgava feliz, sua felicidade havia morrido com Carla.

Josefh não tinha muitos amigos e vivia infeliz pelos cantos da mansão, bebia exageradamente já que não podia fazer mais nada.

Mas, desde que encontrou essa moça aparentemente jovem, não fizera outra coisa a não ser admira-la e cuidar para que tivesse o melhor tratamento possível.

Fazia três dias que não ingeria um gole que fosse de álcool, sua atenção era toda para ela que não demonstrava reagir aos medicamentos ou ao seu toque gentil na face enquanto dormia.

Foi somente depois de uma semana que a moça demonstrou tentar reagir ao tratamento, Josefh pulou de alegria ao ver o esforço dela em permanecer viva, certamente a moça tinha motivos de sobra para lutar pela vida que se desfazia em seu coração. Ela deveria ser realmente uma guerreira.

Levou ainda uns dois dias para ela conseguir recobrar os sentidos. Quando a jovem abriu os olhos, Josefh se encontrava ao lado dela ansioso para dar as boas vindas.

__ Graças a Deus! Fico contente em ver que esta recobrando os sentidos!

__ Quem é você? Onde estou?

__ Que falta de cortesia! Meu nome é Josefh, eu a encontrei desmaiada em frente a minha casa. Fiquei penalizado pelo seu estado ao qual se encontrava. A trouxe até minha casa e desde então venho cuidando de seu tratamento junto com especialistas e profissionais. Qual seu nome? O que houve?

__ Meu nome é Francis. Prefiro não lembrar o que houve. Agradeço os cuidados que teve comigo, mas acho que já dei trabalho demais. Não vale a pena se importar...

__ Não diga bobagens, Francis.

Antes que Josefh pudesse argumentar ela desmaiou novamente. O médico lhe dissera que era natural já que estava tão fraca e sendo tratada em casa. Ele não havia permitido a transferência dela para um hospital.

Francis foi demonstrando melhoras a cada dia que passava, os empregados da mansão notaram que Josefh estava mais agitado cantando pelos cantos e sorrindo para todos. Apesar dela não poder ainda sair da cama ele passou muito tempo junto a ela, Josefh contava histórias, brincava com as cartas e tentava anima-la por um tempo. Francis não deixava ele perguntar sobre o que acontecera aquela noite, não queria contar que fora enganada, rejeitada, violentada e largada sem família, sem ninguém.

A amizade entre os dois fluía naturalmente e Francis notou o olhar que ele direcionava a ela com certa ternura. Temia passar por tudo aquilo novamente.

Numa tarde ensolarada Josefh sentou-se com Francis para terem uma conversa séria. Ela assustou-se ao ouvir a maneira que ele falava com certa amargura.

__ Eu preciso saber o que houve Francis, preciso saber se tem família.

__ Josefh, não creio que seja uma história bonita de se ouvir...

__ Tente, quero que seja sincera comigo, meu tempo aqui não esta a meu favor. Logo vou partir desta terra, e você é a única pessoa que tenho.

__ Tenho trinta e três anos. Nunca desejei me casar, porém, me envolvi com um belo rapaz que me enganou dizendo-se solteiro. Ele nunca me apresentava as pessoas de sua classe. Eu temia que o motivo era por eu ser pobre. Numa noite o encontrei indo ao restaurante com uma moça mais jovem, ela era linda e eles sorriam abraçados, pelos gestos logo notei que eram íntimos. Foi ai que perdi a razão, entrei no restaurante a fim de tirar satisfações e saber o que estava acontecendo. Ele não quis que eu criasse um escândalo e tentou acalmar a situação, mas eu estava irredutível. Ele levou-me pelo braço até a rua de trás do restaurante e me contou que era casado com a tal moça, tinham um filho pequeno. Ele tentou argumentar dizendo-se apaixonado por mim, mas que não podia fazer nada pra mudar a situação e que preferia romper, logo notei sua intenção. A partir daquele momento eu comecei a seguir os dois, entrei numa depressão horrível. Em uma das vezes Carlo notou que eu o estava seguindo e me pegou desprevenida, me levou para um beco, me beijou os lábios contra minha vontade, rasgou minha roupa e tentou fazer amor comigo no local sujo em que estávamos, tentei inutilmente me afastar dele, mas ele começou a me bater usando uma violência bruta da qual eu desconhecia. Cada vez que eu gritava, ele me batia na face e gargalhava achando sua atitude maravilhosa. Em determinado momento eu vi um rapaz perto de onde estávamos, ele cumprimentou Carlo e se juntou no ato criminoso ao qual eu era submetida.

Francis deu uma pausa perdida no tempo, como se estivesse vivendo tudo novamente, as lágrimas desciam sobre sua face e Josefh ouvia tudo em silêncio. Quando se acalmou ela continuou:

__ Os dois se divertiram comigo enquanto eu implorava para que parassem. Eles só pararam quando eu desfaleci em seus braços. Depois quando acordei eu estava seminua, sangrando e sem forças. Percorri a cidade com dificuldade e me joguei ao chão na esperança de ser atropelada e morta no mesmo instante, mas uma força me fez reagir e tentei me levantar, não consegui devido á quantidade de sangue que havia perdido e pela falta de alimento no organismo. Então cravei minhas unhas no concreto tentando assim chegar á calçada, foi ai que eu desmaiei e fui socorrida pelo senhor e tratada com todo carinho.

Josefh chorava ao ouvir a história da menina parada a sua frente, ele queria ajuda-la e sabia o que fazer.

__ Tenho que lhe contar algo e depois quero fazer uma proposta. Quando eu a encontrei chamei o médico que é meu amigo e cuidou de minha esposa até sua morte. Ele examinou você na esperança de saber se sobreviveria. Ele fez de tudo para salva-la, e quando fez o exame de sangue constatou sua gravidez.

Francis abaixou os olhos lacrimejados e suspirou com tristeza.

__ Perdi meu filho? Depois do que fizeram não me surpreenderia em saber que ele não sobreviveu, ocultei essa parte da história porque acho triste lembrar de um filho que nunca irei conhecer.

__ Francis, você não perdeu a criança.

Francis levantou-se ainda tonta e agarrou as vestes de Josefh com olhos arregalados.

__ Você esta mentindo!

__ Não estou. Por isso rezei tanto para que sobrevivesse.

__ O que farei agora? Não tenho como sustenta-lo.

__ Está é a proposta que quero fazer. Não tenho muito tempo de vida e sou rico, não tenho filhos, nem parentes. Se você se casar comigo, assim que eu morrer poderá herdar esta mansão, o dinheiro que está guardado e tudo que tenho. Você e seu filho não precisarão se preocupar com mais nada.

__ Não posso aceitar Josefh, seria abusar demais da sua bondade, eu não mereço isso. Fui tão errada quanto aqueles que me fizeram mal.

__ Espero que você aceite, já preparei tudo e o padre virá amanhã. Pretendo cuidar de tudo rapidamente.

Francis abraçou Josefh com carinho e beijou seus lábios.

__ Então, como retribuição deixe-me ser tua. Se vou ser sua mulher quero que seja por inteira, sinto um carinho enorme por você.

Josefh retribuiu o beijo, desde que ela chegara em sua casa havia notado seus instintos masculinos aguçados, mesmo tendo certeza de que já não mais os possuía.

Josefh e Francis se casaram no dia seguinte aproveitando a noite de núpcias que fora proveitosa para ambos, Francis nunca havia sido amada daquele jeito e entregava-se a ele como se fosse a primeira vez, apesar de sua idade Josefh demonstrava ser bem experiente e ativo em suas atitudes. Depois de dezoito meses ele veio a falecer.

Todos que circulavam o caixão numa tentativa de despedir-se dele por pura conveniência notava seu sorriso nos lábios se perguntando o motivo da felicidade estampada em sua face mesmo depois da morte.

Francis seguiu sua vida. Agradecia a Deus todos os dias por ter colocado Josefh em seu caminho e lamentava a falta que sentia dele. Por certo eles foram felizes no tempo em que permaneceram juntos. O filho deles estava com quase um ano e Francis sentia-se feliz por ter sido amada de verdade por um homem real.

Francis havia dado seu amor em troca da felicidade eterna.

Noite sem fim - por Adriano Siqueira




Já estava na hora de ir. Arrumei a minha gravata e coloquei meu terno. Eu prefiro trabalhar à noite gosto de usar o dia para fazer as minhas coisas. Além disso, não gosto de acordar cedo.

Beijei o meu amor que já estava deitada.

- Boa noite amor!
- Boa noite querido... Não esqueça de trancar a porta.

5 horas mais tarde.
- Finalmente querida! Estou em casa!
Quando vi o rastro de sangue pela casa me apavorei. Corri para o quarto e vi o corpo da minha amada jogado na cama com a cabeça na beirada e pescoço completamente destroçado.
Que criatura poderia fazer isso com alguém? Eu a peguei no colo e gritei desesperado por ajuda foi quando vi um vulto na janela e corri para ver quem era mas não havia ninguém. Apenas um morcego que voava para outro prédio.
Novamente eu segurei meu amor e por alguns instantes eu vi os seus olhos abrirem. Eles estavam bem abertos e eu me apavorei. Será que ela ainda estava viva? Lucy? Lucy olha pra mim!
Ela olho mas não como eu esperava. O seu rosto estava carregado de ódio e raiva. Suas mãos me arranhavam para me agarrar eu lutei muito para sair do seu abraço. Quando vi os dentes salientes e pontiagudos fiquei desesperado. Ela havia se transformado em um monstro. Um demônio.
Corri para o banheiro e me tranquei lá. A porta recebia todo o impacto do seu corpo. Eu escutava seus berros e as suas unhas rasgando a porta como papel.
Tinha que pensar rápido. Procurei tudo que eu podia usar como arma no banheiro. Achei uma escova de limpar as costas. O seu cabo era de madeira então o quebrei e logo em seguida arranquei a cortina do box e coloquei na frente da porta. Arranquei os fios de 220 volts do chuveiro e puxei até o chão. Iiguei o chuveiro a água entrou em contato com os fios.
Lucy consegue arrebentar a porta mas se enrosca na cortina que a faz desequilibrar e cai na na água eletrizada pelos fosse recebe um choque. Antes que ela pudesse se levantar eu enfiei a madeira até atravessar o seu peito.
Seu corpo chamuscava e sentei no chão exausto. Faltavam apenas alguns minutos para amanhecer. Olhei para as minhas mãos, elas estavam cheias de sangue e tremiam muito.
Meu amor foi embora mas pelo menos o monstro não existe mais.
Exausto, eu andei como pude para a cama e me cobri para acabar com a tremedeira.
Foi quando eu ouvi uma voz bem perto da minha cabeça.

- Finalmente o seu marido foi embora e agora podemos terminar o que começamos.

sábado, 26 de julho de 2008

infernoticias divulga Os 4 Elementos

Olá pessoal,

O blog de noticias sobre terror "INFERNOTICIAS" que é associado ao site "Boca do Inferno" o melhor site brasileiro sobre terror, divulgou o blog "Os 4 elementos" e assim temos o apoio do pessoal que entende do assunto. Isso mostra que estamos no caminho certo.
Parabéns a todos!!!

vejam a noticia no link abaixo.
http://infernoticias.blogspot.com/2008/07/divulgao-de-blog-os-quatro-elementos.html

abraços e obrigado pelo apoio.
Adriano Siqueira

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Próximo ao prazer

Quando a vi passar pela roleta segurando o celular não pude me conter. Tinha que saber o seu nome.
Me aproximei e tentei ouvir a conversa.
- Sim... Ele está bem fácil de levar...

Foi a única coisa que ouvi direito. Então eu tive que usar o meu plano para ter a sua atenção.

Peguei minha agenda e escrevi rapidamente e mostrei para ela. Ela ficou um pouco supresa mas quando leu o que eu tinha escrito ela sorriu.
-Eu havia escrito que ela era linda e que eu adoraria convida-la a tomar algo.
Embora ela tenha apreciado a minha cara de pau ela aceitou.
Estavamos no bar quando ela me disse para ir no banheiro e esperar por ela.
Logo que entrei ela veio correndo, rasgou a minha camisa, abaixou a minha calça e beijou todo o meu corpo.
Ela praticamente me devorou ali.
As pessoas queriam entar no banheiro mas as suas pernas seguravam a porta. Ela era e muito forte.
Quando vi os seus caninos já era tarde demais. Ela ja estava grudada no meu pescoço.
Eu estava sem forças e fiquei caido no chão do banheiro praticamente nadando no meu proprio sangue e esperando por ajuda.
Ela pegou o celular e disse...

-Não te falei que era facil demais. Vamos achar outro.

Autor Adriano Siqueira

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Despedida- Camila Bernardini


:...O vento frio e rasante passa rapidamente pela minha pela excessivamente pálida, como lâmina de gelo, dando a sensação de que meu corpo esta sendo mutilado.Estou sentada sobre a cruz mais alta da torre de uma igreja qualquer.Apesar dessa noite estar bem fria, a lua resplandece tamanha beleza, por entre as nuvens que meus olhos vermelhos chegam a ficar centralizados por longos e longos minutos, sobre a mira desses espetaculares raios prateados.Depois de fazer um tremendo esforço para desviar os olhos da lua, sinto uma sede familiar, que é o centro da minha maldiçao...uma sede anormal...começo a imaginar o gosto maravilhoso daquele liquido vermelho, tão vermelho quanto meus olhos.Aquele liquido quente e saboroso, que sempre vem em meio aos gritos das minha vitimas. Não consigo resistir a esse liquido pos ele exala o aroma da vida.Mais tudo isso, essa rotina maldita, me faz lembrar o que fiz para você. A lembrança daquela noite maldita me tortura a cada instante, mais finalmente posso te explicar o que aconteceu. Sei que vc me ama e eu também o amo muito, mais não posso te arrastar para as trevas em que vivo... eu te deixei andando na escuridão da cidade pedindo para vc me esquecer. Sim, eu sei que fiz errado em não te explicar o que sou mais eu tive medo em te fazer algum mal com meu instinto.Me perdoe...me perdoe por aquela noite maldita em que te abandonei...Deus sabe como sofro.Mas será que exite mesmo um Deus que ouve as palavras vazias e sem vida de uma vampira ?Acho que não...Quando vc estiver lendo isso, já vai se manhã e eu serei apenas cinzas...Vou continuar sentado nessa cruz até que o primeiro raio de sol atravesse o meu corpo transformando em chamas vivas que vão consumir minha vida e não passarei de cinzas acompanhando a brisa e a dança dos ventos da manhã...Nós não vamos ter um final feliz...mais espero que vc seja ao máxmo feliz e não se entregue a essa maldição que me atormenta durante séculos... É o meu desejo mais profundo!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Dinamyte
por Adriano Siqueira
baseado em um sonho que tive.

Era uma noite inesquecível. Naquela casa noturna havia muitas pessoas esperando por um autografo. Nunca na minha vida imaginei que teria tanta gente esperando para autografar um livro meu.
Foi quando eu a vi. Estava sentada e quando passei por ela. Deu um sorriso. Lindo. Não pude resistir. Retribui o sorriso e fui correndo para a mesa do autografo.
Conforme fui assinando os livros aquele sorriso ficava mais na minha cabeça. Quem era ela? Não podia pensar nisto agora. Estava trabalhando tinha que conversar com todos. A noite foi passando e a fila foi diminuindo. Logo estarei tranqüilo para tomar alguma coisa. De repente, do nada a garota que tinha aquele lindo sorriso apareceu na minha frente. Estava me trazendo uma bebida.
- Imaginei que estava com sede. – ela me dizia com aquele sorriso estampado no rosto.
- Obrigado eu estava mesmo indo pegar uma bebida.
Convidei-a para sentar em uma mesa para dois e ela aceitou tranqüilamente. Falamos um pouco da nossa vida particular e quando estava falando sobre alguns personagens que criei quando senti a sua perna passando pela minha. Eu me calei naquele instante. Tomei mais um pouco daquela bebida e voltei um pouco atordoado para a conversa. Senti que ela não estava usando o sapato. Apenas os pés descalços passando entre as minhas pernas. Novamente tentei concluir um raciocínio mas eu não conseguia completar os meus pensamentos. Abri um pouco mais a minha camisa. Estava começando a fazer calor lá dentro. Ela me perguntou se havia algo errado e eu dizia que estava tudo bem. Novamente tomei a bebida ate secar o copo. Ela me convidou para dançar. Colocou seus braços em meus ombros e dançamos lentamente embora estivesse tocando uma musica meio pesada para dançar colado. O rosto dela foi se aproximando cada vez mais perto do meu. Até que me beijou nos lábios rapidamente. Logo depois ela encosta o seu queixo em meu ombro. Novamente ela me beija.. dessa vez foi um beijo mais intenso e mais demorado. Enquanto beijava, ela passava mãos no meu rosto. Estava muito bom. Ela beijava muito bem. Ela parou de dançar e me levou para uma poltrona que estava bem perto da pista de dança. Eu sentei e ela ficou por cima de mim. Olhando-me. Desabotoou a camisa e começou a beijar o meu peito. Ela beijava e lambia algumas vezes. Eu sentia a sua coxa roçando as minhas. Eu estava adorando aquilo e ela sabia. Passava as suas mãos nos meus cabelos. E levemente mordia os meus lábios. Ela pega a minha mão e coloca nos seus seios. Ela queria mais. Eu não podia recusar... Eu não queria recusar nada naquele momento. Udo era muito bem aceitável. Eu a coloquei na poltrona e levantei. Ela ficou deitava me vendo. Assistindo-me por completo. Eu segurei as suas mãos e os coloquei por cima da sua cabeça. Beijei o seu rosto a sua boca e fui descendo para o seu pescoço. Abri um pouco mais a sua roupa. Abaixei aos poucos o seu sutiã. Ela tocava todo o meu corpo. Ficamos nos esfregando por um bom tempo. Até que ela finalmente começou a gemer muito. Tinha chegado ao clímax. Seu corpo não parava de se mexer e eu fiquei ali olhando todos os seus movimentos. Ela explodia de prazer. Uma verdadeira bomba-relógio. Estava descontrolada.
Logo em seguida eu a abracei e a levei para um lugar mais calmo. Ficamos ali nos olhando até que ela adormeceu em meu colo. Nunca mais vou esquecer aquela noite. Aquele sorriso.

Viagem ao Inferno - po Malina



"Abandonando outra cena
Outra cidade, outro lugar
Às vezes não me sinto muito bem
Nervos à flor da pele
Não me diga, isto é nocivo para a minha saúde?
Pois fugindo eu não sairei dessa
Fora de controle, eu enceno o último papel
Não sei como fingir isto..."
( Motörhead )


Manhã de verão em Wilmont. Geralmente a época onde Wilmont ludibria as pessoas com seu "falso sol".
Abri os olhos, fiquei horas olhando pro teto, estava muito desanimada. Fiquei pensando na minha família, nos amigos distantes e até que pensei nos ex-namorados e tive um acesso de raiva e levantei da cama. Olhei no relógio e passava das duas horas da tarde,
"Nossa, estava mesmo cansada!" - Pensei.
Tomei um banho rápido e resolvi comprar umas cervejas, afinal era sábado e todo sábado eu bebia minhas cervejas sozinha até arrumar uma companhia que me motivasse a sair.

Desci e fui andando até a mercearia, passei antes na cafeteria e dei um olá para Beth, saí antes que ela pedisse para me acompanhar.

Entrei na mercearia, haviam três ou quatro pessoas escolhendo alguns produtos, fui direto para o freezer e comecei a pegar minhas cervejas.
Nem reparei que estava fumando até que o balconista gritou:

- Olha o cigarro!

Olhei para o lado com descaso e joguei meu cigarro no chão.

Acabei de pegar minhas cervejas e fui até o balcão.

- Só isso ? - Perguntou o balconista. - Ele era jovem, no máximo vinte dois anos, era ruivo e tinha umas sardas no rosto. Usava um boné vermelho que assentuava a cor dos seus cabelos.

- E um maço de cigarros por favor. - Respondi enquanto procurava o dinheiro no bolso do meu casaco.

- Vai beber isso tudo sozinha ? - Ele perguntou enquanto pegava as sacolas.

- Não, vou beber com seu pai. - Respondi séria.

Ele ficou parado boquiaberto e eu me virei para ir embora quando deparei com uma figura engraçada. Um rapaz de cabelo comprido preto, olhos extramamente verdes, estava olhando pra mim . Ele vestia uma jaqueta de couro e tinha um sorriso sarcástico que me fez lembrar do Jyrki do The 69 eyes, parecia bêbado e soltando uma gargalhada falou:

- Boa, muito boa.

Eu ri sem graça e concordei com a cabeça. Quando passei do lado dele ele continuou:

- Se o pai do rapaz não se importar gostaria de acompanhar vocês na cerveja.

Virei para ele e disse:

- E quantas você vai pagar ?

- Quantas for necessário. - Respondeu.

- Ótimo então.

Ele saiu sem pensar duas vezes e pegou mais duas caixas, encostou de lado no balcão e sorriu pra mim, pagou e veio em minha direção.

- Podemos ir á casa de um amigo meu, Mark, ele está dando uma festinha hoje. O que acha?

- Pode ser. - Respondi.

Ele sorriu e começou a andar. Quando chegamos na porta da mercearia ele olhou para trás e gritou para o balconista:

- Avisa seu pai que hoje ele vai ficar sozinho, chapeuzinho vermelho.

Deu outra gargalhada e saímos da loja.

Fomos andando pela rua e nos apresentamos. O nome dele era Ryan e estava mesmo bêbado. Falou que estava bebendo desde as dez horas da manhã e que só havia parado porque a cerveja tinha acabado. Me identifiquei com ele, lembrei de quando eu e meus amigos passávamos a tarde inteira bebendo e falando besteiras.
Logo chegamos na casa de Mark.

Entramos num quintal com uma grama um tanto descuidada, a casa era de madeira pintada de branco e o som estava ligado alto. Algumas roupas estavam no varal. A casa estava aberta mas não havia sinal de ninguém.
Entramos na casa, era bem escura. Paramos na sala e ele pegou as cervejas e levou para cozinha.

- Sente-se Malina, fique a vontade. - Falou.

- Obrigada Ryan - falei olhando para uma pilha de cd´s enquanto sentava no sofá - Posso escolher um cd ? - Perguntei.

Ele estava voltando da cozinha com duas cervejas na mão e um cigarro na boca, me deu uma cerveja e fez que sim com a cabeça.

- Como quiser. Escolhe aí.

- O que você acha de The 69 eyes, Jyrki ? - Falei ironicamente.

- Por mim tudo bem. - Falou com um sorriso largo no rosto.

Colocamos o cd e logo o amigo dele apareceu. Mark chegou com mais duas meninas com um visual gótico, elas pareciam não dormir há séculos, estavam com suas maquiagens borradas e os olhos pequenos que sumiam perto de suas olheiras.
Uma delas se jogou no sofá e ficou olhando para mim um bom tempo.

- Oi. - Eu disse sem qualquer interesse.

- Oi. - Ela respondeu igualmente.


Ficou meio deitada no sofá enquanto eu bebia minhas cervejas e conversava com o Ryan, Mark e a outra menina entraram para um dos quartos. Conversávamos sobre black metal quando ela pareceu acordar de sua "meditação".

- Você acredita no inferno ? - Perguntou.

- Não. - Respondi olhando para ela.

- Não terá mais essa opinião depois dessa tarde aqui. - Falou com desdém.

- Dificilmente. O que me faria mudar de opinião ? - Perguntei dando um gole na cerveja com uma expressão sarcástica no rosto.

Ela se sentou parecendo ressucitar, assumiu uma postura totalmente diferente. Pegou a bolsa e me mostrou um recipiente cheio de comprimidos. Passou uma das mãos na cabeça, jogando o cabelo para trás e falou:

- A passagem para o inferno, - falou mostrando o frasco - arrisca ?

- Arrisco, mas sem dúvida de que será uma "onda" no máximo. - Falei com deboche.

Ela abriu o recipiente e pegou dois dos comprimidos. Olhando para eles esticou a mão e disse:

- Esse - mostrou um - é sua passagem de ida. E esse - mostrou o outro - é sua passagem de volta.

Eu sorri e falei:

- Bela idéia. Impressionante.

- É necessário. Quando você estiver cansada ou com medo, tome o segundo comprimido, que lhe trará de volta. - Falou logo voltando para sua posição desajeitada no sofá.

"Que conversa de drogado" - pensei.

Ryan foi até a cozinha, pegou mais algumas cervejas e colocou sobre a mesa. Sorrindo falou:

- Boa viagem, Malina.

Eu abri uma cerveja e olhando para ele tomei o comprimido.

Ainda conversamos muito, Ryan falava sobre uma namorada que tinha se suicidado, falava que depois que a menina morreu ele nunca mais havia namorado. A gótica se chamava Rachel, tinha dezenove anos e venerava o Ian Curtis.
De repente comecei a me sentir enjoada. Levantei meio tonta e falei que precisava ir ao banheiro. Quando estava saindo da sala Rachel veio atrás de mim e segurou minha mão colocando o segundo comprimido nela.

- O trem está partindo querida, boa viagem. - Falou com um sorriso meigo.

* * * * * *


Entrei no banheiro e fechei a porta. Me olhei no espelho e vi que estava com a aparência de Rachel. Sentei embaixo da pia e senti minha cabeça caindo se encostando em meu ombro. Fechei os olhos por algum tempo, acho que adormeci pois quando abri e olhei pela janela, já era noite.

Levantei-me e debrucei na pia para lavar o rosto quando vi um vulto pela janela. Fui até a janela quando vi um homem mascarado, ele tinha uma arma e antes que eu pudesse correr ele a descarregou me enchendo de tiros.
Eu caí no chão, com muita dificuldade em respirar. Sentia cada tiro, nas costas, nos braços e nas pernas. Os ferimentos ardiam, doíam muito.
Olhei para janela com dificuldade mas ele havia fugido.
Virei-me ainda deitada e estiquei a mão para abrir a porta. Gritei por Rachel e por Ryan, mas eles não estavam.
Me levantei com dificuldade e segurando nas paredes, saí do banheiro. Andei quase me rastejando até o corredor até que vi a porta do quarto onde Mark havia entrado com a menina. Me apressei esperançosa mas chegando na porta vi que os dois jaziam na cama ensanguentada. Estava deitados, ambos de braços e olhos abertos.
Andei até a sala então, e vi Ryan caído do lado da mesa com um ferimento enorme nas costas.
Fui até á porta da entrada. Cheguei no quintal e parei, eu estava coberta de sangue. Chorava desesperadamente. Gritava por socorro mas não ouvia resposta.
Meu corpo amoleceu e eu desmaiei, fiquei ali caída na grama.

Acordei com um barulho estranho. Algo que parecia um rosnado de um cachorro.
Eu estava num corredor escuro, as paredes antigas, verde musgo. No final do corredor havia uma porta e muitos gemidos vinham dela.
Minha visão estava turva e quando pude enxergar melhor vi que havia mais alguém no corredor.
Me ajoelhei e fui engatinhando até o que pensei ser alguém, mas quando me aproximei vi que era um demônio. Ele tinha a forma humana, mas sua pele parecia um couro. Seus olhos grandes e negros fitavam alguns objetos no chão. Ele segurava algumas armas, facas, estiletes e punhais mas parecia ser cego - eu o via mas ele não conseguia me ver.
Me assustei com aquilo e corri até o final do corredor.
Estava totalmente escuro e então ouvi uma voz funesta:

- Bem vinda Malina. - Dizia aquela voz pertubadora.

- Quem está aí ? - Gritei.

- Seu mestre. Seu anjo ou demônio. Quem escolhe é você.

- Quero sair daqui.

- E vai. Mas você não vai querer sair sozinha não é ? Seus amigos estão aqui também. Você não os deixaria não é ?

- Onde estão ? - Perguntei.

Esperava uma resposta quando a última porta do corredor se abriu, e lá estavam eles. Presos, á correntes enormes. Eles gritavam e se retorciam, gritavam meu nome.

- As piores torturas acontecem ali Malina, - falou a voz do demônio - as piores. Cabe a você livrá-los dali.

- Fale o que tenho que fazer.

- Obedecer minhas ordens querida. Trabalhar para mim. - Respondeu.

Não houve mais diálogo e eu fechei meus olhos tentando acordar do que parecia um pesadelo. Quando abri novamente estava na minha cidade natal. As pessoas passavam por mim normalmente, meus ferimentos haviam se fechado.
Andei pela cidade e as imagens pareciam imagens de um sonho. As pessoas pareciam vultos, andavam sem expressões. Resolvi então seguir até onde era minha casa.

Cheguei em frente minha casa e vi que nada havia mudado. Subi as escadas. A porta da sala estava aberta. Entrei, não havia ninguém. De repente ouvi um choro e então corri até o quarto. Minha mãe estava sentada com uma amiga na cama. Ela chorava, desesperada. Percebi que lamentava minha morte. Quando tentei me aproximar ela me fitou com ódio. Seus olhos mostravam uma raiva que eu nunca tinha visto.
Fiquei desnorteada e comecei a chorar. Desci as escadas e fui parar na rua.

Vaguei pela cidade á procura de alguém conhecido, mas as pessoas eram todas estranhas para mim. Parei exausta em uma rua e me joguei na calçada, fechei os olhos. Confusa, pensando se aquilo era um sonho ou se era real. Pareci adormecer por alguns minutos até que acordei com a voz do demônio a me falar:

- Acorde novamente Malina.

Eu abri os olhos e me levantei, estava numa rua sem saída.
O demônio estava na minha frente, Seus olhos negros pareciam piedosos. Ele sorria e falava:

- Este, é o seu inferno.

Ele falou e logo esticou uma das mãos para mim sorrindo. Eu andei até ele e segurei sua mão enquanto ele com a outra mão fechava meus olhos com um movimento delicado deixando seus dedos escorregarem em meu rosto até chegar á minha boca. Então eu a abri e ele pôs o segundo comprimido nela.
Uma explosão pareceu acontecer dentro de mim, senti um prazer imenso. Meu sangue corria como fogo em minhas veias.

* * * * * *

Assim que abri os olhos novamente, tinha voltado ao banheiro. Ainda estava dia. Levantei-me e abri a porta com um certo medo.
Saí em direção a sala e no sofá Ryan estava transando com Rachel. Fiquei constragida e eles se afastaram.

- Desculpem-me. - Falei sem graça.

-Ora Malina, não há problema - disse Ryan - afinal, ela é minha namorada.

- Pensei que você tivesse dito que nunca mais teve namorada depois da menina que se suicidou - falei ainda confusa, sem sentir direito o que estava falando.

Ele sorriu e disse:

- E não mesmo.

Fiquei parada na sala sem ter o que dizer. Até que Rachel disse:

- Não nos vemos há tempos Malina, estou aqui só á trabalho. Se é que você me entende.

- Trabalho... Entendo. - Falei sem render o assunto.

Ryan indicou a cadeira para que eu sentasse. Fui até o sofá, peguei minha bolsa e falei que tinha que partir.

- Mas é cedo Malina - Protestou Rachel.

- Mas tenho que ir. - Respondi.

- Tudo bem, mas nos veremos ainda - Disse.

- Até mais queridos. - Falei enquanto saía.

Chegando perto do portão ouvi quando Ryan gritou lá de dentro:

- Volte sempre Malina.

Parei bruscamente e olhei para trás, continuei andando. Podia imginar o sorriso sarcástico em seu rosto, rindo da minha confusão momentânea.

Saí da casa e comecei a caminhar sem rumo pelas ruas. Andei até o parque público de Wilmont e sentei em um dos bancos. Passei a mão em meus braços e em minhas pernas procurando algum ferimento, não havia nada. Só um gosto terrível em minha boca, um gosto doce enjoativo. Percebi que precisava beber algo.
Acendi um cigarro e soltando a fumaça me levantei. Comecei caminhar á procura de um bar, no meio do caminho senti que ainda estava confusa.

"Wilmont... Quais segredos mais, irá me revelar?" - Pensei.




Editora Maldita - Conto de Terror

Editora Maldita
Por Adriano Siqueira
Siqueira.Adriano@gmail.com

- Finalmente chegou a oportunidade de escrever meu livro de contos de terror.

Carlos Osborne, um escritor frustado por escrever apenas para internet. Seus amigos admiravam as suas obras mas as editoras nunca o via como um bom escritor. Mas hoje era diferente. Ele foi convidado para ser o escritor da maior editora de terror da américa do sul. A Editora Maldita.
Ninguém conhecia pessoalmente os escritores daquela editora. Eles usavam pseudônimos. Os escritores desta editora nunca apareciam no dia do lançamento e isso intrigava muitas editoras concorrentes. Mesmo assim a editora vendia milhares de livros pelo mundo todo.
Carlos estava na recepção da editora quando finalmente o editor aparece.
- Olá Carlos! Meu nome é Reinald! Que bom que aceitou o convite para participar de nossa editora.
- É um convite que nenhum escritor recusaria.
- Tenho certeza que não! Mas venha! Vou apresentar a editora.
Reinald leva Carlos para conhecer todas as salas da editora, menos uma, com uma porta pintada de preto. Isso deixa Carlos curioso.
- Senhor Reinald, o que tem naquela sala?
- É o departamente de criação. É lá que os escritores escrevem as suas histórias.
- Puxa! Eu não sabia que os escritores têm que escrever trancados lá dentro.
- Isso são normas da empresa. Espero que isso não trave a sua criatividade.
- Ora Sr. Reinald. Eu já escrevi contos dentro de um cemitério, certamente eu escreveria em qualquer lugar.
- Que ótimo! Então vamos começar.
- Já? Mas eu nem pensei em nada ainda.
- Não se preocupe Carlos. Quando você conhecer melhor esta sala, você certamente terá uma avalanche de idéias.
Quando Carlos entra na sala sente um cheiro estranho. Ele vê muitos móveis cobertos com panos pretos. Olha uma cadeira e uma mesa cheia de papeis com muito sangue seco. Carlos arregala os olhos e diz:
- Nossa! O senhor sabe mesmo como fazer um clima para contos de terror.
Quando Carlos se vira para encarar o Sr. Reinald ele vê apenas um Marcelo de madeira enorme indo ao encontro da sua testa.
Carlos não sabe quanto tempo ficou desmaiado. Ele abre os olhos e vê que está amarrado em uma cadeira e bem amarrado. Sr. Reinald estava segurando um livro bem antigo e estava recitando algo em uma língua completamente desconhecida. Carlos tentava falar mas Reinald diz:
- Vejo que acordou Carlos. Por favor não tente falar agora. A anestesia que apliquei em você só deixa o seu corpo ardomecido mas seu cérebro está bem acordado. Estou quase terminando o encantamento e logo tudo isso vai acabar, mas antes quero que conheça os outros escritores.
Sr. Reinald levanta o pano preto de um dos móveis e Carlos fica desesperado. Ele vê muitas mãos guardadas em vidros. Ele tenta se soltar mas sente algo errado com seu corpo...
- Não tente se mexer Carlos! Não até ver o que tenho guardado aqui!
O Editor pega o cesto que estava na frente dele e leva para o Carlos ver. Carlos arregala os olhos e fica cambalendo seu corpo. Balbuciando.
- Sim Carlos! Vejo que conhece bem a sua mão. Agora que fomos todos apresentados, deixe-me contar como as histórias aparecem. Foi por volta de 1970 um mago que conheci. me deu este livro... Não deu exatamente... Ele sofreu um pequeno acidente e eu fiquei sendo o novo dono deste livro. Este livro Carlos. Ele escreve sozinho. De um modo geral, Ele trás alguns espíritos de alguns escritores conhecidos. Mas para dar certo eu preciso de uma mãozinha. Irônico mas é verdade. Eles usam a mão de uma pessoa viva. E escrevem por apenas 2 ou 3 horas, até que a mão comece a ficar dura como pedra. Como vê eu não posso perder mais tempo.
Reinald tira a mão do cesto e coloca em cima de um papel na mesa, logo em seguida encaixa uma caneta e começa a proferir umas palavras estranhas. A mão começa a se mover e agarrando a caneta ela começa escrever mas só sai garranchos e rabiscos. Reinald fica furioso. Ele bate na mão várias vezes mas logo para. Ele olha furioso para Carlos e diz.

- Acho que a noite vai ser longa Sr. Carlos! Acabei de descobrir que o senhor é canhoto.
- N-n-não!!!

Carlos vê o editor pegar o serrote e... Sorrindo muito, vem em sua direção.

o Novo Blog Os 4 Elementos

Olá Pessoal,
Meu nome é Adriano Siqueira,
Desde que escrevi os meus primeiros contos já pensava em escrever em conjunto em um mesmo lugar com amigos.
Foi uma felicidade encontrar algumas escritoras que também apreciaram está idéia.
Camila Bernardini, que já me convidou para escrever Os guardiões de Kiara, Denny que tem um site com textos muito acima da média e a Malina que também tem um blog muito rico e criativo, estão aqui com a gente para passar os seus pensamentos, contos, crônicas e tudo mais que os leitores apreciam.
Espero que este blog esteja nos links dos nossos leitores pois vale ler e comentar.

abraços e vamos em frente pois os 4 elementos nunca ficam no mesmo lugar e juntos dominam o universo literário.

Adriano Siqueira (um dos autores do livro Amor Vampiro)